Page 58 - Revista Portuguesa - SPORL - Vol 43. Nº4
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RINOSStNUSITE FÚNGtCA Al~RGtCA • PERSPECTIVAS ACTUAIS






              desgranufação,  iniciando um ciclo qu-e  perpe--      R.elotivomente o esta teoria, muitos <luestões
              tuaria o  formcçõo de  mucino alérgico.            permanecem por responder:
                 Monning  e1 ol.  propuseram uma teoria na          - Se a  RSFA represento uma doença olérgi·
                               31
              quol  ofirmom  que  vório~  factores  infer·relo·        ca  lgE·mediado,  porque  rozõo  ocorre
              cionados  podem  levar  ao desenvolvimento  e            predominontemento de um  modo unilate-
              perpetuação da doença (Figura 5).                        rol?
                                                                       Porque permanecem elevadas os lgE  es--
                                                                       pecificas poro fungos após imunoteropio
                             PATOGÉNESE                                específico?
              I===- I  I=:-;.... I  I ==-~w 1 I                        Porque razão não se verifica aumento das
                                                                       lgG especificas em resposta õ imunotero~
                     • ...... * ...... . ........... ... , . .. ................. ...... .... .
                                                                       pio específico com antigénios fú ngicos?

                                                                    Estas e outros questões sugerem que o inflo-
                                                                 mação  lgE·mediada  pode ser apenas  um  dos
                                                                 factores contributivos poro  o  <:oscota  inflamo-
                                                                 t6ria  global responsável pelo desenvolvimento
                                                                 do RSFA.
                   IXISTI~-:~:LÓ;~~fr~:~~p::o:::~NIKTU
                                                                                                         3
                                            I
                  OUI CO~IU'f.M PARA O CKl~ NFLAMATÓRIO             •  Num  estudo recente, Ponikov et .al. '  pro-
                   RISPONSAVU  PflA PERPITUAÇAO OA DOENÇA
              (ADAPTADO Of lt'IARJIU rr Al.- lAltl'HGOSCOPf 2001;  t J 1;10t'lr6· 19J.   puseram uma teoria alternativa contrariando a
                                                                 importância  do  inflamação  lgE·mediada  no
                                                                 patogénese da RSFA
                                                                    Utilizando técnicos rigorosos de colheita de
                 Primeiro,  um indivíduo otópico é  exposto o    ornostros  e  preparação  histológica  e  cultural,
              fungos  inalados,  funcionando  como  estimulo     estudaram  o  incidência  de RSFA  em  doen1es
              ontigenico i niciol.                               com diagnóstico de RSC.
                 A presença destes antigénios em indivíduos         Neste  estudo  obtiveram  culturas  JPOSilivos
              susceptíveis  desencadeio  uma  resposta  inflo·   poro  fungos o  partir das secreções nasais de
              matória  mediada  por  reacções  tipo  I (lgE)  e   96% dos 2 1 O caso• de  RSC esrudodos.
              tipo  III  (imvnocomplexos)  que  conduz  o  uma      Verificaram que 96% dos 1 O 1 doentes ope-
              intenso resposta  infiamotório eosinofílica.       rados tinham  mucino  olérgico e  em  93% do•
                 A  inflamação  resultante provoco  obstrução    casos  foram isolados fungos em culturo.
              dos ostio sinusais que pode ser ocent\Jodo por        G lobalmente,  93%  dos  doentes  operados
              factores anotómicos (desvio do •epto, hipertro-    preencheram os critérios  de RSFA.
              fia  dos cometas),  resultando  estase de secre-      Num  grupo  controlo  de  14 doente•  foram
              ções dentro dos  seios.                            isolados fungo• em 100% dos casos o  que de·
                 Isto, por suo  vez, crio um ambienta FovorQv.   mon-stra o  sua natureza ubiquitório e reRecte o
              el oo cresc:fmento  fúngico,  aumentando ainda     sensibilidade dos métodos utili<odos.
              mais  a  sua  expressão  antigénica  e  reacçõo       N este estudo verificaram também que o sen-
              inRamotório imunologicomente. mediado.             sibilização o fungos não era frequente.
                 Um  provóvel  produto  dessa  reacção  é  o        Apenas 33% dos doentes com diogn6stico de
              mucina alérgica que, ao obliterar os seios peri·   RSFA  tinham  aumento do lgE total;  só 42%  ti·
              nasais,  contribui  poro  perpetuar  o  processo   nhom  testes  cutâneos  positivos  poro  fungos  e
              patológico.                                        a peno• 30% tinham lgE especi~cas poro fungos.

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