Page 60 - Revista Portuguesa - SPORL - Vol 43. Nº4
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RINOSSINUSITE FÚNGICA ALÉRGICA· P€RSPECTIVAS AClUAlS





              mos sem elementos fúngicos no exame histopo~          O  ' ciclo  do  RSFA'  descrito  por Morple  et
                                 4
              to lógico  ou  cultural ,.,                        ol."  (figuro 5) sugere que a  otopia, expo>íção
                 Em 2000, e  no >equé~io ~ qve ou~os ou-         antigénica  contínuo e  inflamação sõo factores
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              tores designaram por  ' RSFAiike"',  Ferguson et    importantes no perpetuação do doença .
              ai.  descreveram  este  grupo  de  doentes como       T eoricamente,  o  abordagem  individual  de
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              uma  entida- de clínico  distinto  e  propv~rom o   cada um  destes factores  confere maior probo·
              desi_gnoçôo  de  ''rinossinusite  com  mucino eosi-  bilidade de controlo do doença o longo prazo''.
              nofilico",  pois consideram  que  o  mecanismo        Assim,  o  terapêutico  implicor6  o  desbrido-
              fisiopatológico  desencadeante  nõo  é  uma         mento cirúrgico poro remoção do mucina a lér·
              hipersensibilidade  o  fungosJ  mos  antes  umo    gico e  mucoso polipoide bem coma o  prevell-
              desreguloção sistémico do controlo imunológico     çâo da recorrência o  longo prazo a través de
              O$SOCiodo a  eosinofilio dos vias respiratórias.    imunomoduloçõo {corticosleróides ou imunotero-
                 Corresponderão estes casos o uma entidade        pio).
              clínico distinto?                                     O  principal problema do RSFA é a  elevado
                 Ou >erão cousodos por fungo• não detecto-        taxo de recorrência  após o cirurgia.
              dos pelos exames laboratoriais?                       A cirurgia sem terapêutico médico  adjuvan-
                                                                  te conduz o  toxos de  recorrência de cerca  de
                                                                        4
                 As  inve.siigoções recentes  parecem  demon-     100%J peJo que o  associação de  terapêutico
              strar que o die>9n6stico de RSC englobo vário>      médico no pós-operatório é mondotório.
              patologias  que  podem  ser  doençaS>  distintos
              com mecanismos subjacentes semelhantes.               Terapêunc·a cirúrgica:
                 No entonto,  o  definição destes sub-grupos        De modo a  minimizar a recidiva do doença,
              de  doente>  com RSC está longe de estar com·       deve-se eliminar o  estímulo  ontigénico a ttovés
              pleto.                                              do  remoçõo  do  mucino  olérgico  bem  como
                 Possivelmente, a  RSC  represento um  espec-     melhorar  o  processo  inflamatório  subjacente
              tro de vórios doenças:                              através  da  utilizoçõo  de  corticosteróides  no
                 'RSFA" (definido por Bent e  Kuhn),              pré-operatório.
                 'RSF eosinolílíco" (de~nido por Ponikou) e         Um  esquema proposto é o  seguint<>'•:
                 "RS com  mudno eosino~lico" (proposto  por         predni>ono,  0,5-1  ,O  mg/ Kg/dio  durante
                 Ferguson)".                                     cerco de uma  semana  antes  do  cirurgia,  de
                 A melhoria  do diagnóstico e terapêutica do      modo o  diminuir a  inflamação nosol ~ o  volu-
              RSC  implico  desvendar  estes  mecanismoS>  de     me dos pôlipos nosois.
              doença.                                               A  cirurgia  é  geralmente  realizada! por via
                                                                  endoscópico e tem três objectivos;
                                                                     1.  Remoção  completo  do  mucino  alérgico
              TERAPÊUTICA                                              de  modo  a  reduzir  significativamente  o
                                                                       carga antigénica.
                 A terapê:utico dos doentes com RSFA ê tam-         2. Permitir o drenagem e  ventilação perma-
              bém motivo de grande controvérsia.                       nentes dos seios a fectados,  mas  pre.sor·
                 Não existe  consenso  quonto  oo trotamento           vendo  o  mucosa  subjacente  a  qual  irá
              ideal, embora a  maioria  dos autores preconize          providenciar  protecção  dos  estruturas
              o associação de terapêutica médico e cirúrgico.          anatómicos  adjacentes,  mesmo  na  pre.
                 A terapêutico  deve ser dirigido o  codo um           senço de grandes deiscências ósseas.
              do>  múltiplos  loctore>  responsáveis  pelo          3. facilitar o  acesso  e  controlo  pôs-opero-
              doença.                                                  tório dos zonas previamente  afectados.


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