Page 62 - Revista Portuguesa - SPORL - Vol 43. Nº4
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RtNOSStNUSITE fÚNGICA ALERGICA . PERSPECTIVAS. ACWAIS
os efeitos do IE o longo prazo (3 anos) em c-urto prazo é bom mas,. com os meios terapéu·
doentes com RSFA. ticos actuais, o RSFA deve ser considerada
O extracto utilizado na IE incluiu uma mistu· uma doença cró nico.
m de antigénios fúngicos e outros oefoolergé-- A IE tem sido preconizada com o objectivo
nios poro os quais foi demonstrado sensibilizo~ de melhorar a evoluçõo mos faltam dodos con-
çõo em cada doente (em testes cutâneos por clusivos.
prick e doseamento sérico de lgE especificai. É importante salientar que o reddivo da
A IE foi iniciada após terapêutico cirúrgico,. RSFA permanece elevado apesar do rorticotero-
tendo--se veriflcado uma diminuição do necessi· pio [32 • 100%]'.
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dade de corticoteropio sistémico e tópico o loogo Morpeth et ai. oc.reditom que, até ao mo-
prozo e diminuição do laxo de recorrência. mento, nõo exi ste CUJ'O e, se os doentes forem
Os mesmos autores publicaram os resulto- ocomponhodos por V'Órios anos, todos terão
dos de um estudo sobre o interrup<;ão do IE recorrência do doença.
após um período de três o cinco anos, não len·
do ocorrido- nenhuma recorrência até pelo me-
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nos 17 meses apôs a interrupçãá •
Embora os trabalhos iniCiais sugiram um
efeito benéfico, cindo nõo é possível avaliar À medida que o RSFA se individuoli.za como
correctamente os efeitos o longo prazo do IE entidade d ínico, os seus mecanismos fis.iopotoló-
com antigénios fúngicos, sendo necess6rios g icos permonocem alvo de grande confrovérsio .
mais estudos para demonstrar o valor desta I~ Ao longo dos últimos anos, vários outore$
rapêutico no RSFA. têm publicado as suas experiê-ncias, p ropondo
diferenles hipóteses moo obtendo moi• dúvidas
• Antif'úngicos: do que respostas.
A terapêutica com ontifúngicos sistBmicos Apesar da controvérsia, existe consenso
deve ser evi'rtodo pois o ri$CO que ad vém da uti· quanto ao facto de o RSFA representar uma
lização destes fármacos pode ultrapassar os doença imunológico e não infecciosa.
benefícios, dado tralar·se de uma doença f\m- Actualmente considera-se provável que o iní·
gico não Invasivo. cio da cascata inRamatório que conduz ô RSFA
A utilização de antirúngicos tópicos nasais seja um evenro muhifocroriol, poro o quaf con-
pode ter a lgum beneficia no controlo do recor· tribuem a hipersensibilidade lgE·mediada (ato-
rêncio pós-operatório . piai, expressão de receptores HLA específicos
Não exislem estudos publicados relativos à nas células T, exposição o fungos específiCO$ e
utili:oção de antifungicos tópicos na RSFA, mos desregulação dos mecanismos de defeso local
estudos reoentes realizados em doentes com do mucoso nosossinusaP~.
RSC (mos sem diagnóstico de RSFA)"~' sugerem A inflamação local pode estar relocionado
benefício d inico com o utilização de anfotericj.. com a quimiotaxio e desgronuloção de eosinõ..
no B poro lavagem na-Sossinusal, reforçando o filos com libertação de substâncias cilo tóxicas.
importância dos fungos no patogénese de RSC. Embom o olopio seja uma característica comum
nos doenles com RSFA, elo nem sempre eslt) p<eSenle.
Assim, a produção de lgE parecê não ser
PROGNÓSTICO obrigotória paro a patogénese da doença.
Em condições laborato riais optimizodas po-
O prog~óstico da RSFA é variável. Kupfer- dem ser detectados fungos no maior parte, se-
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berger el o l. afirmam que o prognóstico a não em todos, os doentes com RSC.
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