Page 54 - Revista Portuguesa - SPORL - Vol 43. Nº4
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RINOSSINUSITE FÚNGICA AlÉRGICA · PERSPECliVAS ACTUAIS
De foctof investigações recentes contestam a Está geralmente associado com poli pose no-
definiç.õo e i;siopotologia dossicamente descritos. sol e p(esenç:o de mucina alérgico.
A RSFA é uma doença recentemente de$Cri- Inicialmente, estimava·se que 5 o 1 0% dos
to: em cerco de duas décadas evoluiv de curio. doentes com RSC tinhom RSFN, em'bora um
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sidode poro entidade clínica cada vez mais estudo recente de Ponikou et al. aponto uma
considerado no patogénese do RSC. prevalência do 93%, baseada na utilização de
Sofirsteind foi o primeiro o descrever er:n técnicos mais sensíveis de colheita de o mostras
1976 a associoçõo de polipose nosol. croslos e cultura de fungos.
nasais e cvhuros sinusois positivos paro A s· A atopio é ftequenle nesta doença_
pêrgillus e a notar a semelhança clínico e his· A in.cidêncio de otopio para aeroolergénios
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tolôgico com o ospergilose broncopulmonor varia entre 77 e 1 00%'-~ .46.
alérgica (ABPAI. Cerca de dois terços dos doentes lêm ante·
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Em 198 1, Miller et ol. ) descreveram cinco cedentes de rinite olé(gico e 90% evidencia m
casos de doentes com sinusite crónico com níveis elevados de lgE e~pecífica para um ou
semelhanças histológicos com ABPA. mais antigénios fúngicos.
Em 1983. Kotzenstein el ol." descreveram Cerca de 50% dos doentes têm osmo.
outtos sete casos e designaram esta entidade Nõo foi estabelecido relação com ilipersen·
por •sinusite alérgico por Aspergil/us", b.oseon· sibilidode aos AINE" .
do o diagnóstico no tríade: A incidência de RSFA parece relo<:ionor-se
(I) oglomerodos de eosinófilos; com factores geográ ficos.
(2)cristois de Charcot-leyden e Uma revisão do litarofu(o internacional (eve~
P) hifas Fúngicos não invasivos no muco nosol, lou que o p(evalência é maior nas regiões onde
com morfologia compoflvel com Aspergi/los. o clima é temperado e húmido 31 ,
Em 1989, Robson et ai." introduzem o de-
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signação Sinusife fúngico alérgico'•, pois iden- MICROBIOLOGIA
tificam outros espécies de fungos causadores
do mesmo doença poro além do Aspergillus. Embora os estudos iniciais considerassem o
Em 1999, Ponikau et ai." sugerem a substitui· Aspergillvs lumigolus como principa I agente
ção do designação •sinusite fúngico aléfgico" po( etiológico da RSFA, actualmente está demons·
"rinossinusite fúngico eosinofilico", pois ac(edi- Irado que a maioria dos casos é cousada por
tom nõo existirem pmvos suficientes para afirmar fungos do família Demotiaceao (fun.gos pig·
qve o ef!Oiogio doslo doença é devido o uma reoc· mentodos devido O presença de melonino na
çõo de hipersensibilidade tipo I mediada por lgE. parede celular)_
De seguido, abordam-se os aspectos mais Desta família fazem porte fungos dos
actuais acerco desta patologia. gêneros Bipoloris, Exserohilum, Curvuloria,
Altemorio e Drechslera~.
Eslo lomilio de fungos é reconhecido pelo popel
EPIDEMIOLOGIA que desempenha no alergia por via ina'latÔf'io.
A RSfA é uma doença distinto dos outros
formas de rinossinusite fúngico. C ÚNICA
Ocorre em indivíduos imunocompetentes,
sendo mais frequente nos adolescentes e Os doentes com RSFA são geralmente jovens,
jovens adultos (médio de idades: 21, 9]". atópicos, imunocompetentes, apre~ntondo po-
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