Page 31 - Revista Portuguesa - SPORL - Vol 50 Nº1
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Os  doentes  foram  estadiados  segundo  a  Classificação   Os  doentes  foram  igualmente  submetidos  a  avaliação
          da American Joint Committee on Cancer (AJCC).     vocal  subjectiva  ao  6º  mês  de  pós-operatório,  sendo
                                                            classificados de 0 a 3, sendo 0-sem alteração; 1-pouco
          TABELA 1                                          alterado; 2-moderadamente alterado e 3-muito alterado.
          Classificação dos macroadenomas relativamente ao tipo de
          crescimento.                                      Todos os doentes continuam a ser avaliados em Consulta
                                                            e, até à data nenhum apresentou sinais de recidiva
           CATEGORIA      T           N          M
                                                            local e/ou regional do tumor, nem foram detectados
               0          Tis        N0         M0          carcinomas de novo.
               I          T1         N0         M0
               II         T2         N0         M0          RESULTADOS
               III        T3         N0         M0          Neste  estudo  foram  identificados  catorze  doentes,
                         T1-3        N1         M0          todos do sexo masculino, com diagnóstico de carcinoma
              IVA         T4        N0-1        M0          pavimento-celular glótico.
                         T1-4        N2         M0          Destes, oito foram submetidos a Cordectomia Transoral      ARTIGO ORIGINAL ORIGINAL ARTICLE
              IVB        T1-4        N3         M0          LASER (tabela 2). A idade média dos doentes foi de 63,5
              IVC        T1-4       N0-3        M1          anos (min 53; max 73). Todos os doentes se encontravam
                                                            num Estadio inicial da doença, sendo que apenas um
          Os tipos de cordectomia foram classificados de acordo   doente (doente 6) estava no estadio 2, apresentando
          com a proposta de Classificação do comité da Sociedade   um carcinoma da corda vocal direita com extensão ao
          Europeia de Laringologia e que é uma síntese da   1/3 anterior da corda vocal contralateral e subglote .
          Classificação do ano 2000 e uma modificação de 2007,   Dos oito doentes três (37,5%) apresentavam invasão
          em  8  tipos14:  tipo  I  –  Cordectomia  Subepitelial;  tipo   da comissura anterior, mas sem invasão da cartilagem,
          II – Cordectomia subligamentar; tipo III – Cordectomia   no  entanto,  até  à  data  não  se  verificou  recidiva  de
          transmuscular; tipo IV – Cordectomia total ou completa;   nenhuma lesão.
          tipo  Va  –  Cordectomia  extensa  englobando  a  prega   Os doentes foram avaliados na primeira semana de pós-
          vocal  contralateral;  tipo  Vb  -  Cordectomia  extensa   operatório e posteriormente, no primeiro, segundo,
          englobando a aritenóide; tipo Vc - Cordectomia extensa   quarto e sexto mês, não tendo havido recidiva do tumor,
          englobando a banda ventricular; tipo Vd - Cordectomia   independentemente da extensão da lesão.
          extensa englobando parte da subglote.             Foi igualmente realizada uma Tomografia Axial Compu-
          Neste estudo um doente foi submetido a cordectomia   torizada Cervical ao sexto mês pós-cordectomia, não
          tipo I, um do tipo II, três a cordectomia tipo III, dois a   se  verificando  existência  de  adenopatias  ou  recidiva
          tipo IV, um a tipo Vd.                            tumoral.
          As cirurgias foram realizadas sob anestesia geral, com
          utilização de microscópio com lente de 400mm, acoplado
          ao LASER de CO2, marca Deka Medical Electronics Laser
          Associated. A potência utilizada variou de 8 a 12 watts,
          no modo de superpulso, com um spot de 0,5mm. Após
          a  ressecção da  lesão,  as  margens anterior,  posterior,
          superior, inferior e lateral foram enviadas para exame
          histológico, de forma a assegurar margens cirúrgicas
          sem  tumor.  Todos  os  doentes  incluídos  tiveram  pelo
          menos seis meses de seguimento pós-operatório e
          foram encaminhados para a Consulta de Terapia da
          Fala. A avaliação foi realizada na primeira semana após
          cirurgia, no primeiro mês e posteriormente com uma
          periodicidade  de  2  meses,  no  primeiro  ano.  A  partir
          do segundo ano de pós-operatório os doentes foram
          avaliados trimestralmente. A avaliação pós-operatória
          consistiu  na  realização    de  laringoscopia  indirecta
          com endoscopio e a palpação cervical em todas as
          Consultas,enquanto a Tomografia Axial Computorizada
          Cervical foi feita semestralmente.



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