Page 90 - Revista Portuguesa - SPORL - Vol 44. Nº4
P. 90

ATRÉSIA CONGÉNITA DAS CHOANAS - CASO CLÍNICO E REVISÃO DA TE RAP ÊUTICA.





                  Terapêutica
                  Após ter sido feito o  diagnóstico de Atrésia
               da Choana esquerda, foi  proposta a  terapêuti-
               ca  cirúrgica  à  doente,  que aceitou.
                  Procedeu-se assim  à  correcção cirúrgica  da
               atrésia  das choanas por via  endoscópica,  sob
               anestesia geral, tal como é preferido pela  maio-
               ria dos  autores.
                  A  cirurgia iniciou-se como todos os procedi-
               mentos  endoscópicos,  com  a  colocação  de
               algodões embebidos em  Neosinefrina 0,5% ®
               para  a  vasoconstrição  nasal,  seguida  da  infil-        FIGURA 7: USO DE  "MICRODEBRIDER"
                                                                           COM PONTA DE BROCA CORTANTE.
               tração da área da atrésia com  lidocaína a  1%
               com epinefrina.
                 Teve-se  o  cuidado  de  colocar  um  algodão
               referenciado na  nasofaringe,  pela  fossa  nasal
               direita,  para  servir  de  controle  aquando  da
               aber-tura da choana esquerda.
                 Utilizou-se  o  microdebrider  com  ponta  de
               broca  cortante  da  Shomed ®  (fig.  7),  para  a
              correcção e abertura da parte óssea, removen-
              do-se  as porções restantes de mucosa com  pin-
              ça  Bleksley (fig.  8)  e pinça  de corte retrógrado
              para a remoção da parte posterior do septo nasal.
                 Obteve-se  assim  uma  ampla  abertura  da
              choana da fossa nasal esquerda (fig.  9), tendo-
              se optado pela colocação de um  stent (fig.  1  0),
                                                                    FIGURA 8: USO DE  PINÇA PARA REMOÇÃO DE  PARTES
              feito  a  partir  de  um  tubo  endotraqueal,  que
                                                                   DA MUCOSA E DA PARTE POSTERIOR DO SEPTO NASAL.
              entrava  pela  fossa  nasal  direita,  passava  pela
              nasofaringe para  a  fossa  nasal  esquerda  pela
              abertura  das choanas,  e  ficava  preso  no vestí-
              bulo  nasal  por fio  de sutura.

                 Pós-operatório
                 O  pós-operatório  decorreu  sem  compli-
              cações,  tendo a  doente sido seguida  semanal-
              mente para limpeza das fossas  nasais, que era
              complementada  com  lavagens  frequentes com
              solução salina  no domicilio.
                 O  stent foi retirado na 5º semana de pós-ope-
              ratório.
                 Após  um  ano  de follow-up,  a  doente  man-
              tinha  uma  boa  permeabilidade  da choana  es-
              querda (fig .  11), sem  queixas de obstrução na-
                                                                        FIGURA 9: IMAGEM DO RESULTADO FINAL
              sal e/ou de rinorreia.
                                                                     COM ABERTURA AMPLA DA CHOANA ESQUERDA.

             ----------------------------------------------------------- 425----
   85   86   87   88   89   90   91   92   93   94   95