Page 30 - Revista SPORL - Vol 58. Nº2
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FIGURA 10 FIGURA 12
Aspiração transcutânea Aspecto após 5 meses do tratamento
FIGURA 11
Curativo compressivo
5-0, sendo realizada cobertura antibiótica com cefazolina DISCUSSÃO
1g 6/6 horas. O sialólito obstruiu o ducto de Stenon As glândulas parótidas localizam-se na região pré-
desencadeando a sialocele (Figura 13). Ao realizar a auricular, desde o masseter até a superfície posterior da
punção da área de inchaço, além da presença de saliva mandíbula, delimitando a região parotideomassetérica.
(evidenciando a sialocele), obteve-se secreção purulenta. Na margem superior da glândula, encontra-se o arco
Foi realizada remoção cirúrgica do silólito. Foram feitos zigomático, estendendo-se inferiormente até o músculo
curativos compressivos, drenagens e prescrição de esternocleidomastóideo e posteriormente encontra-se
antisialogogo (buscopan). Foi necessário a realização em contato com processo mastoideo9. A glândula possui
de três curativos compressivos, com intervalos de cinco uma fáscia denominada fáscia parotídea que forma uma
dias, período em que era feita a reavaliação. Por ter cápsula densa inelástica, continuação da fáscia cervical
sido evidenciada a presença de infecção foi prescrito profunda. Quando atinge a glândula parótida, essa
antibiótico, amoxicilina 500mg por 7 dias. O paciente fáscia se divide em camadas superficiais e profundas
evoluiu sem maiores complicações e sem recidivas, com para envolver a glândula parótida10. O ducto de Stenon
seguimento de 12 meses. sai distalmente da borda anterior da glândula parótida,
paralelo ao zigoma em direção ao músculo masseter,
perfurando o músculo bucinador para entrar na cavidade
oral em nível do segundo molar superior11.
A anatomia da região parotídeo massetérica é rica
em estruturas neurovasculares importantes. Trauma
ou manipulação de estruturas nela inseridas exigem
profunda análise quanto à conduta a ser escolhida.
Nos casos conduzidos no presente estudo, a sialocele
evidenciou poder ser consequência de distintas
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