Page 28 - Revista SPORL - Vol 58. Nº2
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etiologia da sialocele é determinante na condução             FIGURA 2
dos casos. Os tratamentos, atualmente aceites,                Tomografia computadorizada em corte coronal evidenciando
consistem em punção do conteúdo, incisão e drenagem,          fratura de côndilo mandibular direito com desvio para medial
marsupialização, injeção de agentes esclerosantes e
radiação3. O tratamento cirúrgico pode ser a remoção          FIGURA 3
fragmentos ou remoção total da glândula parótida.             Fixação da fratura condilar direita
Nos casos de sialocele persistente, pode ser utilizado
cateter via intraoral para drenar a saliva. Além disso,
tem-se preconizado o uso de toxina botulínica tipo A
principalmente em caso de formação de fístulas1,4.
O objetivo desse estudo consiste em analisar
comparativamente o tratamento de sialoceles parotídeas
de diferentes causas, fazendo também uma análise de
literatura quanto à conduta terapêutica.

DESCRIÇÃO DO CASO
O primeiro caso consistiu em um paciente de 30 anos,
sexo masculino, admitido por equipe de cirurgia e
traumatologia, em decorrência de acidente motociclístico
havia 10 dias. Foi atendido com o protocolo ATLS.
Apresentava fratura Le Fort I, fratura condiliana direita e
fratura em parassínfise (Fig. 1 e 2).
O paciente foi encaminhado ao bloco cirúrgico sob
anestesia geral, intubado por via nasal, para redução e
fixação das fraturas faciais. A fratura de côndilo direito
foi operada por acesso retromandibular e fixada com
placa 2 mm de titânio e dois parafusos ipsilateralmente
(Fig. 3). Também foram fixadas as fraturas de maxila e
parassínfise esquerda (Fig. 4).
No pós-operatório de uma semana, não houve queixa
do paciente ou lesão de nervo facial. Após quinze dias
da cirurgia, o paciente relatou aumento de volume na
região retroparotídea direita (Figura 5), sem queixa de

FIGURA 1
Tomografia computadorizada tridimensional evidenciando
fratura de côndilo mandibular direito e fratura Le Fort I de
maxila

                                                              FIGURA 4
                                                              Redução de fratura parassinfisária

76 REVISTA PORTUGUESA DE OTORRINOLARINGOLOGIA E CIRURGIA DE CABEÇA E PESCOÇO
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