Page 17 - Revista Portuguesa - SPORL - Vol 49. Nº3
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1).  Oito  doentes  (72,7%)  apresentavam  antecedentes   Foram  efectuados  47  ECD.  100%  dos  doentes
          pessoais relevantes, nomeadamente imunossupressão   efectuaram análises e TC cervical e 27,3% efectuaram
          e co-morbilidades (27,3% com DM ou PTT e 72,7% com   ortopantomografia.   Outros   ECD   habitualmente
          HTA ou etanolismo, respectivamente).              não  pedidos  no  nosso  serviço  de  urgência  foram
          Na chegada ao serviço de urgência, 90,9% (n=11) dos   posteriormente  efectuados  em  81,8%  dos  doentes,
          doentes apresentava febre. As infecções para- ou latero-  sendo  as  TC  do  tórax  e  abdomino-pélvicas  os  mais
          faríngeas eram mais frequentes que as peri-amigdalinas,   frequentes (figura 11).
          atingindo  os  91%  (figuras  9  e  10).  O  foco  infeccioso
          foi  identificado  em  5  doentes  (45,5%),  constituindo  a   FIGURA 11
          patologia  odontogénica  a  causa  mais  frequente  (dois   Exames complementares de diagnóstico menos habituais
                                                            efectuados nos doentes do subgrupo “Mediastinites” (FA).
          casos),  seguida  da  patologia  peri-amigdalina  (um   Tór – tórax; CE – cranio-encefálica; A-P – abdomino-pélvica;
          abcesso peri-amigdalino) e causa iatrogénica (um caso   Broncofibr – broncofibroscopia; Ecocardio – ecocardiograma;
                                                            Angiog – angiografia; Cit asp – citologia aspirativa; Bióp amigd
          de entubação oro-traqueal traumática).            – biópsia amigdalina; Doppl carot – doppler carotídeo; Eco gl
                                                            saliv – ecografia glândulas salivares; Cerv – cervical;       ARTIGO ORIGINAL ORIGINAL ARTICLE
          FIGURA 9                                          Cintigr oss - cintigrafia óssea.
          Distribuição das infecções nos doentes do subgrupo “Me-
          diastinites” (FR). Inf. peri-amig – infecção peri-amigdalina;
          Inf. latero-faríng – infecção latero-faríngea; Inf. para-faríng –
          infecção para-faríngea.
















                                                            Todos os doentes necessitaram de terapêutica cirúrgica,
                                                            em  complementaridade  à  antibioterapia  endovenosa
                                                            (habitualmente composta por β-lactâmico – penicilina
                                                            cristalina  20.000.000  UI  em  perfusão  endovenosa
                                                            12/12h  –,  associado  a  metronidazol  500mg  8/8h
                                                            endovenoso). 36,3% dos doentes tinha sido submetida
                                                            previamente a drenagem sob anestesia local (na grande
                                                            maioria, abcessos ou fleimões peri-amigdalinos). 100%
          FIGURA 10
          Distribuição das infecções cervicais profundas no subgrupo   efectuou cervicotomia sob anestesia geral, associada a
          “Mediastinites” (FA). A – abcesso; F – fleimão;   toractomia  com  drenagem  pleural  e  mediastínica  em
          faríng – faríngeo; amigd – amigdalino
                                                            90,9% dos casos (figura 12).

                                                            FIGURA 12
                                                            Tratamentos cirúrgicos complementares efectuados no sub-
                                                            grupo “Mediastinites” (FA). Cervicot – cervicotomia;Toracot –
                                                            toracotomia; Pericardioc – pericardiocentese;
                                                            Extr dent – extracção dentária



















                                                                                      VOL 49 . Nº3 . SETEMBRO 2011     143
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