Page 99 - Revista Portuguesa - SPORL - Vol 60. Nº4
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O Papel da Amigdalectomia na Síndrome
de PFAPA: Revisão da Literatura e Estudo
Retrospetivo
Artigo Original
Autores Resumo
Objetivo: Revisão da literatura e comparar a
Pedro Marques Gomes efetividade da terapêutica farmacológica com a
Unidade Local de Saúde de Matosinhos – Hospital amigdalectomia na remissão da doença.
Pedro Hispano, Portugal Material e métodos: Análise retrospetiva dos dados
clínicos (idade, género, clínica, antecedentes
Sílvia Duarte Costa familiares) tipos de tratamento efetuado (médico e/
Unidade Local de Saúde de Matosinhos – Hospital ou cirúrgico), tempo de remissão (após tratamento
Pedro Hispano, Portugal
médico e cirúrgico) e a remissão no 1º, 3º e 6º mês
Ana Isabel Gonçalves após amigdalectomia em crianças com síndrome
Unidade Local de Saúde de Matosinhos – Hospital de PFAPA avaliadas no Hospital Pedro Hispano
Pedro Hispano, Portugal entre janeiro de 2016 e dezembro de 2021.
Resultados: Foram avaliadas 9 crianças (56 % do
Paula Azevedo sexo feminino, 44 % do sexo masculino) com idades
Unidade Local de Saúde de Matosinhos – Hospital que variaram entre 1 e 4 anos (idade média 1,9 ± 1,3
Pedro Hispano, Portugal anos). Ao diagnóstico o número médio de semanas
de remissão foi de 4,0 ± 1,8. Após corticoterapia foi
Delfim Duarte de 3,88 ± 1,0 e após amigdalectomia de 50,6 ± 33,8
Unidade Local de Saúde de Matosinhos – Hospital
Pedro Hispano, Portugal semanas.
Conclusão: A amigdalectomia demonstrou ser
uma opção terapêutica muito útil na remissão da
doença em crianças com síndrome de PFAPA.
Palavras-chave: Síndrome de PFAPA,
Amigdalectomia, Corticoterapia, Colchicina
Introdução
A síndrome PFAPA (febre periódica, estomatite
aftosa, faringite/amigdalite e adenite cervical)
é uma síndrome de origem desconhecida
com início geralmente antes dos 5 anos de
idade. A grande maioria dos doentes entra em
remissão antes da adolescência; no entanto,
pode permanecer até à idade adulta. Esta
síndrome geralmente tem uma duração
média de 4,5 anos .
1
É a causa mais frequente de febre recorrente
em crianças de países com baixa prevalência de
Correspondência: febre familiar do Mediterrâneo . A diminuição
2
Pedro Marques Gomes
pedrommarquesgomes@hotmail.com da qualidade de vida do doente, da sua
família e o absenteísmo escolar constituem o
Artigo recebido a 5 de Junho 2022. principal problema desta síndrome . A febre
3
Aceite para publicação a 22 de Agosto de 2022.
é um marcador diagnóstico, ao contrário
Volume 60 . Nº4 . Dezembro 2022 371

