Page 18 - Portuguese Journal - SPORL - Vol 54 Nº2
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GRAFICO 2 TABELA 4
Número médio de cirurgias por doente realizadas, consoante a Outras complicações pós operatórias. N – número total de
etiologia cirurgias realizadas. n – número de cirurgias em que houve
complicações pós operatórias
Complicação (N=79) n %
Infecciosa
Ferida operatória 1 1,3
Respiratória 4 5,1
Trombose femoral 1 1,3
Deiscência da sutura 1 1,3
Paralisia das cordas vocais 2 2,5
Aspiração 2 2,5
Báscula interna de retalho 2 2,5
Total 13 16,5
Três doentes faleceram durante o follow up, um por
tuberculose, um por doença neoplásica e o outro por
causa desconhecida.
Após a realização de uma análise univariada,
realizadas (16,5%), houve outras complicações, a traqueomalácia foi o único factor associado
na maioria dos casos infecciosas (38,5%). Estas significativamente (p = 0,01; O.R 18,75) à dependência
complicações ocorreram em 10 doentes diferentes de traqueotomia à data da última consulta. O grau de
após cirurgias por via externa. (Tabela 4) Todas as estenose não foi considerado nesta análise uma vez
complicações foram precoces (< 30 dias), à excepção da que não foi possível obter essa informação em todos os
báscula interna de retalhos (> 30 dias). A maioria das processo clínicos. (Tabela 5)
complicações foi temporária, com excepção de um caso Na análise multivariada realizada posteriormente para
de paralisia da hemilaringe unilateral. controlo de varáveis, a traqueomalácia continuou a
Em 12/41 (29,3%) doentes foi detectada traqueomalácia estar significativamente associada à dependência de
(inicialmente ou durante o follow-up). traqueotomia à data da última consulta (p = 0,002, O.R
O período de follow up dos doentes variou de 2 meses 16,238). (Tabela 6)
a 12 anos, tendo sido o período médio de follow up de
4,9 anos. 31,7% dos doentes estavam dependentes de
traqueotomia à data da ultima consulta.
Após a última cirurgia, 19,5% dos doentes continuaram
tratamento no Serviço de Penumologia com realização
de dilatações periódicas.
TABELA 5
Análise univariada - Associação entre variáveis e dependência de traqueotomia à data da última consulta
Variável P O.R. IC 95%
Traqueotomia prévia (sim/não) 0,123 3,000 0,74-12,11
Sexo (M/F) 0,370 0,542 0,142-2,07
Traqueomalácia (sim/não) 0,010 18,75 3,496-100,6
Idade (≥55/< 55anos) 0,189 2,473 0,641-9,54
Local de estenose 1/ >1 0,633 1,387 0,362-5,305
Envolvimento da subglote (sim/não) 0,216 2,941 0,530-16,220
Estenose traumática (sim/não) 0,258 2,292 0,545-9,638
Tipo de 1ª intervenção cirúrgica (externa/endoscópica) 0,894 1,111 0,236-5,225
Reestenose após 1ª cirurgia (sim/não) 0,347 1,950 0,49-7,85
Outras complicações (sim/não) 0,906 1,100 0,228-5,31
Nº cirurgias realizadas (≥3/<3) 0,906 1,100 0,228-5,31
88 REVISTA PORTUGUESA DE OTORRINOLARINGOLOGIA E CIRURGIA CÉRVICO-FACIAL

