Page 17 - Portuguese Journal - SPORL - Vol 54 Nº2
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a 18 anos. A dispneia esteve presente como sintoma IPOLFG, em média 1,9 cirurgias por doente. A primeira
de apresentação na maioria dos doentes (87,8%). As intervenção cirúrgica foi por via externa em 31 doentes
estenoses traumáticas pós intubação endotraqueal (75,6%) e por via endoscópica em 10 doentes (24,4%).
foram as mais frequentes (53,7%), seguidas das (Tabela 2) A cirurgia endoscópica consistiu em secção
idiopáticas (22%). (Tabela 1) Relativamente à localização, da estenose por laser CO2, com ou sem aplicação de
as estenoses com envolvimento simultâneo da subglote mitomicina C. A laringotraqueoplastia de ampliação e a
e traqueia, foram as mais comuns. (46,3%). (Gráfico 1) A ressecção e anastomose topo a topo foram as técnicas
informação do grau das estenoses não foi possível obter mais utilizadas na cirurgia por abordagem externa.
de todos os processo clínicos. Nos doentes em que se (Tabela 3) Dentro das laringotraquoplastias, a técnica
recolheu esta informação (em 34,1% dos doentes), mais utilizada foi a técnica de Eliachar modificada, com
havia em média uma obstrução de 66,8% do lúmen colocação de molde laríngeo. (Tabela 3) Num doente
traqueal. foi realizada abordagem externa mas após verificação
Antes do primeiro tratamento cirúrgico, a maioria dos de presença de traqueomalácia optou-se apenas
doentes (51,2%) já tinha realizado traqueotomia e por remover tecido de granulação e colocar tubo de
31,7% já tinham sido submetidos a cirurgias fora do Montgomery (sem recontrução). Também apenas num ARTIGO DE REVISÃO REVIEW ARTICLE ARTIGO DE REVISÃO REVIEW ARTICLE
IPOLFG ou a tratamentos endoscópicos realizados na doente, foi realizada recontrução circunferencial da
Pneumologia. traqueia com retalho livre antebraqueal, numa doente
Nestes doentes foram realizadas um total de 79 cirurgias já anteriormente submetida a técnicas cirúrgicas
(55 por via externa e 24 por via endoscópica) no convencionais fora do IPOLFG, sem sucesso. (Tabela 3)
Em 58,5% dos doentes houve recorrência da estenose
TABELA 2 após o primeiro procedimento cirúrgico realizado no
Primeira intervenção cirúrgica realizada. n – Número de doentes IPOLFG, na maioria dos casos após laringotraqueoplastia
com técnica de Eliachar modificada (17,1%) e
1ª Intervenção Cirúrgica n % microcirurgia laríngea laser CO2 sem aplicação tópica
Microcirurgia laringea laser CO2 de mitomicina C (12,2%). (Tabela 3) Nestes doentes
houve necessidade de realizar em média 2,6 cirurgias.
Com mitomicina 4 9,8
A ELT de origem infecciosa foi a que necessitou de
Sem mitomicina 6 14,6 mais procedimentos cirurgicos (8), seguida das ELT por
Abordagem externa 31 75,6 ingestão de substâncias cáusticas (3). (Gráfico 2)
Total 41 100 No período pós operatório de 13 das 79 cirurgias
TABELA 3
Técnicas realizadas no primeiro procedimento cirúrgico. n - número de doentes
1ª cirurgia Recorrência
Técnica cirúrgica
n (%) n (%)
VIA EXTERNA
Laringotraqueoplastia
Técnica de Eliachar modificada 8 (19,5) 7 (17,1)
Interposição de cartilagem costal 3 (7,4) 2 (4,9)
Interposição de cartilagem septal 1 (2,4) 1 (2,4)
Retalho osteomuscular de clavicula e ECM 1 (2,4) 1 (2,4)
Retalho miocutâneo de platisma 2 (4,9) 2 (4,9)
Ressecção e anastomose topo a topo
Crico-traqueal 7 (17,1) 2 (4,9)
Traqueo-traqueal 7 (17,1) 2 (4,9)
Reconstrução circuferencial da traqueia com retalho livre ante-braquial 1 (2,4) -
Remoção de estenose e colocação de Tubo de Montgomery 1 (2,4) 1 (2,4)
VIA ENDOSCÓPICA
Microcirurgia laringea laser CO2
Com mitomicina C 4 (9,8) 1 (2,4)
Sem mitomicina C 6 (14,6) 5 (12,2)
Total 41 (100) 24 (58,5)
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