Page 11 - Revista Portuguesa - SPORL - Vol 50 Nº1
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os exames realizados e descriminados segundo o    16%  outros  fármacos  e  6%  corticosteróides  tópicos.
          diagnóstico  de  RS  aguda  e  crónica.  As  diferenças   Verificou-se que, quando a terapêutica instituída incluía
          observadas entre a população com RS aguda e crónica   dois fármacos, a combinação mais frequente eram os
          não  foram  significativas,  embora  se  tenha  verificado   descongestionantes nasais e os anti-inflamatórios.
          que os doentes com RS crónica realizam mais vezes TC   Outro facto  que se extrai deste estudo é de que em
          do que os doentes com RS aguda.                   38% dos doentes com RSA foi prescrito um antibiótico
                                                            (AB), sendo o mesmo receitado a 24% dos doentes com
          Terapêutica                                       RSC.
          Mais  de  metade  dos  doentes  com  diagnóstico  de  RS   A  figura  4  representa  a  medicação  instituída  para  o
          (63%)  já  tinha  no  seu  passado  feito  medicação  para   tratamento da RS considerando doentes crónicos
          esta patologia. Na doença aguda a percentagem de
          doentes anteriormente medicados era de 47% e na   FIGURA 4
          doença crónica de 70% (p=0,001).                  Medicação actualmente instituída para tratamento da
                                                            rinossinusite (forma aguda e crónica)
          Metade dos doentes foi medicada numa situação                                                            ARTIGO ORIGINAL ORIGINAL ARTICLE
          clínica anterior, com apenas um fármaco: 22%  com
          descongestionante  nasal;  12%  com  outros  fármacos
          (sobretudo anti-histamínicos); 9% com corticosteróides
          tópicos; e 5% com corticóides sistémicos.
          Aproximadamente um terço dos doentes (34%) foi
          medicado com dois fármacos e 15% com três ou mais
          fármacos. Quando medicados com dois fármacos as
          combinações mais frequentes foram descongestionante
          nasal  e  outros  (anti-histamínicos)  (7%),  seguido  de
          descongestionante  nasal  e  corticosteróides  tópicos
          (4%) e corticosteróides tópicos e outros (3%).
          Independentemente de terem sido diagnosticados com
          RS  aguda  ou  crónica,  não  se  verificaram  diferenças
          estatisticamente  significativas  no  tipo  de  prescrição
          prévia.
          Relativamente  à  terapêutica  instituída  na  consulta
          de inclusão no estudo, um terço dos doentes com
          diagnóstico de RS passou a fazer medicação, sendo esta
          proporção significativamente mais elevada em doentes
          com  RS  aguda  (46%)  comparativamente  aos  doentes
          com RS crónica (29%) (p=0,001).
          Da medicação instituída, 44% dos doentes foram medicados
          com um único fármaco: 17% descongestionante nasal,


         TABELA 1
         Medicação prévia para tratamento da rinossinusite versus terapêutica instituída actualmente (forma aguda e crónica)

                              MEDICAÇÃO PRÉVIA                              MEDICAÇÃO INSTITUIDA
                               População com        População com      População com      População com
                            rinossinusopatia aguda  rinossinusopatia crónica  rinossinusopatia aguda  rinossinusopatia crónica
              Antibiótico         23,5%                16,5%              37,8%               23,8%
           Descongestionante      50,0%                56,7%              51,4%               50,0%
                nasal
            Corticosteróides      23,5%                32,0%              16,2%               28,6%
               tópicos
            Corticosteróides      11,8%                10,3%               2,7%               14,3%
              sistémicos
           Anti-inflamatórios      2,9%                15,5%              35,1%               28,6%



                                                                                       VOL 50 . Nº1 . MARÇO 2012  9
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