Page 32 - Revista Portuguesa - SPORL - Vol 43. Nº4
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TRATAMENTO DOS CARONOMAS DA lARINGE E DA HIPOFARINGE NUM HOSPITAl DISTRITAL GERAL
gectomios parciais foram todos realizados em tos de hospitais distritais gerais. O desenvolvi-
doentes com est6dios precoces. A radioterapia mento e generalizoçõol no Futuro, de predi·
foi usado como modalidade único em cerco de tores de resposta" e da PET" , talvez venham o
um quinto dos doentes com cancro do laringe, tornar possível e bem sucedido a suo imple-
com um controlo Anol de 6 1, 1% 111/ 18) mos mentação em tal cenário.
praticament-e todos os doentes eram porto- Entretanto, o conceito mais amplo d'e presar~
dores de doença em estádio precoce. A qui- voçõo de 6rgõo que inclui o cirurgia pa rcioPb,
mioterapia de indução foi usado em 5% dos apesar de envolver questões muito criticas de
doentes com cancro do laringe e em 26,5% selecção, talvez seja mais facilmente exequível
dos cancros do hipoforinge, mas não com o em hospitais gerais, havendo o capacidade
propósito de preservação de órgão, uma vez poro o suo realização. No nosso coso foram
que todos Foram considerados ~rem porto- realizadas cirurgias subtotois com sucesso,
dores de doença irressec:6vel. embora a penas em tumores precoces.
A preservoçõo de órgão sem compromisso A tabelo 9 comparo os nossos padrões de
do sobrevido é um resultado bem estabelecido recidiva com os registados em 5 séries publi·
nos cancros avançados do laringe e hipofotin- cados usando esquemas similares de lrotomen·
-' • Em codo série, anos difer.entes de
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ge desde o publicoçõo de ensaios do referên- to • ; U 7 8
cia e melo·onólis.es sobre regimes multimodois estudo, diferentes proporções de estádios
com quimiotera piou. O consenso sobre este ovonc;odos e metodologias paro apresentar os
assunto encontro-se expresso no incorporação resultados, por um lodo e, no nossa série, um
dos regime$ com quimioterapia como catego- pequeno tamanho do amostro e um seguimen-
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ria 1 dos guidolinos do NCCN • Mos, que nós to insuficiente, pol' outro, sõo factores o ter em
soibomos, o questão do exequibilidade destes conta quando se compara m os resultados.
protocolos do ponto de visto do cenório clínico T endo em mente estas reservas, globalmente
do suo oplicoçõo !hospital geral vs centro espe- as nossos taxas de recidiva parecem consis..
cia liza do) mão foi completamente abordado. tentes com os registados no literatura , excepto
Aliás, é difícil ter noção do grou em que estes no percentagem maior do que o esperado de
protocolos eslõo o sef usados em hospitais metâsto.ses à distância poro os cancros glóti-
gerais devido à escassez de estudos de avalia· cos, ou mesmo poro o globalidade d os can-
çõo. Estudos de sondagens su-gerem que o uso cros do laringe, quando comparados com os
dos protocolos de preservaçã o laríngeo se da hipofaringe. Novamente o tamanho do
tornov prótico comum nos hospitais gorais a mostro, e o possível erro no clossifieaçõo do
americanos:.~' n, mos, por outro lodo, também local podem jusfificor estes facto. De facto, a
foi reconhecido a dificuldade em transferir determinação do local de origem nos. tumores
estes protocolos dos centros especializados, avançados do cabeço e pescoço é uma recon·
onde fora m concebidos, poro os hospitais hecida fonte de viés, especialmente nos can-
gera is da comunidade~. cros do laringe e hipoforinge'•· ' .
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De loclo, a elevado toxicidade e prevalim- As taxas de sobrevida específico aos 5 anos
cio de complicações cirúrgicos 26 , os intervalos encontrados neste estudo, 67,8% e 29,1%
crilicos de seguimento, o dificuldade de poro os c<:mcros do laringe e do hiporaringe,
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adesão por porte dos doentes .c., o elevado cus· respectivamente, estão de acordo com os valo-
loSJ e até mesmo questões logísticos lo odmi- res a presentados no literatura poro os poíses
nistroçõo de radioterapia noutro hospital), são desenvolvidosl t ... :t), ope.sor de poro os CE hipo-
questões que certamente dificultam o suo foríngeos oquelo loxo ser menos preciso devi·
implementação em serviços de ORL generolis- do ô menor dimensão da a mostro e a um
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