Page 28 - Revista Portuguesa - SPORL - Vol 43. Nº4
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TRATAMEI'{TO DOS CARCINOMAS OA LARINGE  E OA HIPOFARINGE NUM HOSPITAl DISTRI1Al GERAl





                 A  metostizaçào à  distância estava presente
              inicialmente  em  dois  doentes  (ver  acima)  e     "+-----,-.----------
              desenvolve:u·se  l 5  meses  em  médio  o pós  o
              lrotomenlo  (vorioçõo 6-43  meses)  num  total de
               15  doentes  (Tabelo  7).  Destes,  I O  doentes
              desenvolveram metástoses pulmonares e noutro
              locolizoçõo simultâneo:  ósseo  ln=Ó),  hepático
              ln=2),  cutâneo  ln=2).  gástrico  (n•ll,  supror·
              r enol  (n• l )> ou  cerebelo  (n= 1)  (3  doentes  H·   1'J't1   1991   19\1'   2otli   !Otl   lOQl   l O&J
              nhom metástoses em  3  locoli~zoções); 4 doen-
              tes tinham apenas metástoses pulmonares e um
                                                                        f1GIJRA  1, NÚMfRO ()( CASOS Df CANCtlOS
              tinha apenas met6stoses ósseos.                      OA IARtNGE E Hl.POFARINGE OI.AGNOSncADOS PO. ANO.
                 Ocorreu desenvolvimento de segundos con·
              eras primários em 5 doentes, dois no cavidade
              oral, um  no traqueia,  um no pulmõo e  um  no
              bexigo.  Este  úhimo  e  o  rumor  traqueal  foram   todos os outros receberam radioterapia  14 com
              controlados com tratamento  (que consistiu  em      cancro  laríngeo  e  um  com  cancro  hipofarín·
              radioterapia  no  último).  O  segundo  primário    geo) ou quimiotêrapio de indução e  radiotera ·
              pulmonar fo i  diagnosticado  mais de  três  anos   pia 12 doentes com e<Jncro hipofaríngeoJ como
              a pós o  primário do hipoforinge. foi estodiado     tratamento primário.
              como  T2NOMO  e  trotado oom  radioterapia ,           No tabelo 8 enconlfo-se o estatístico vital no
              mas não foi controlado.  Um  dos doentes com        final do estudo e  os causas de morte.  No fim
              primário do cavidade orot  localizado no pavi·      do e-studo, cerco de  um terço dos doentes com
              menta  do  boca, foi referenciado ao IPO·Porto      cancro  do  la ringe  e  dois  lerços dos.  doenres
              e o outro foi diagnosticado jó com melástoses,      com  cancro  do  hipoforinge  fomm  considero-
              pelo que fe z apenas trotamento paliativo.          dos mortos com cancro.
                 As complicações do traramento pro\"ocoram           A taxo  de sobrevida específico a os 5 anos
              o morte a  6  doentes (To belos 7 e  Bl e incluíram   para  os CE  da  lorlnge  e  hipoforinge  foi  de
              4 casos de sépsis neutropénico p6s quimiotera-      67,8% e  29,1 %.  respectivo mente  (Fig.  2).  A
              pia 2  casos de morte pós-operatório (um coso       maioria  dos mortes ocorreu dentro dos  primei·
              de inrecçõo e outro de síndrome de abstinência      ros  dois  anos  após  o  diagnóstico.  Separado
              alcoólico!.                                         por local, o  CE do suproglote demonstrou uma
                 Noutros  6 doentes, cinco dos quois em estó-     taxo de sobrevido  intermédio (51, 9%), entre  o
              dios  ovonç:odos,  ocorreu  o  desenvol'limento     glote 17 4,2%] e o  hipofaringe (fig. 3).
              duma doença intercorrente apôs o  final do tro·        A análise do sobrevido por estódio foi opa-
              fomento !infecção respiratória  em 4  doentes e     nos  possível  poro  o  cancro  do  lo ri nge  que
              falência  cardiovascular noutros dois)  do qual     linho  uma  dimensão apropriada do  amostro,
              resuhou  o morte.                                   quer  para  os  estádios  precoces combinados,
                 A nõo adesão ao trotamento e/ou abando--         quer poro os avançados;  nos primeiros o  taxo
              no do seguimento hospitalar foram importantes       de  sobrevido aos 5  anos foi  de 85,6% e  nos
              cousos  de  insucesso  quer  no  coorte  laríngeo   últimos foi de 50,1% (Fig. 4).
              (n•Ó, 7,5%), quer no hipoforíngeo ln=3, 8,8%).         A taxa de sobrevido livre de doenço aos 5
                 Apenas  dois do total  destes doentes tinham     anos  foi de  58,9%  e  2 1,2% poro os doentes
              sido trotados com cirurgia  (loringectomio  total   com cancro do laringe e hipoforínge,  respedi·
              e loringectomio supraglótica, respectivamente);     vomente  (Fig.5).  A  divisão  por  local  revelo

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