Page 17 - Revista Portuguesa - SPORL - Vol 43. Nº4
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ANA CWO. ANA AZPJIDO. GUSTAVO tOPES. PAUlA AZMOO. NUNO IRlGUEIROS-C\JNHA.
           OElfiM DUARTE. ANTÓNIO MAIA GOMES





           bém trotados em  serviços de  Otorrinola ringo-    completar  os  propósitos deste estudo. Sempre
           logia  generalistas de  vários outros  hospitais.   que  o  informação  relativo  ao  seguimenro  do
           No Norte,  onde  se  situo  o  nosso  hospital,  o   doente  e•tovo  incompleto,  foi  efectuado  con·
           maioria  dos  CCP é  trotado no  lnstiMo  Portu-   tacto telefónico com o  doente ou familiar poro
           guês de Oncologia do Porto (IPOI'orto). sendo      ovolioçõo do estado vital ou doto do morto.
           5 o  I  O  %  dos <asas trotados em hospitais di  ..   Cent o e trinta cosos COf'lsecutivos foram opu-
           tritois gerais•.                                   rodos,  en~o Janeiro  de  1997  e  Junho  de
              No  nosso  pois,  o  nece  ..  idodo  do  trotar   200d.  Em  todos os doenles, o  doença foi  r•
           esles doentes em hospitais gerais deve4e,  em      -estodiodo do ocordo com o sistema de estadia-
           port e, oo aumento  marcodo de incidência dos      menta T NM do Ame,;con Joinl  Commiffee  on
           CCP relacionados com  o  uso do  tabaco.  nos      Concer  (AJCC)',  usando  todo  o  informoçõo
           ultimas  d6oodos•.  Se  por  um  lodo se  espero   disponivel,.  incluindo  história  clínico,  exomes
           que  uma  abordagem muhidisciplinor e  o  uso      imagiológicos  e  relatórios  onâtomo-potol6gi·
           de  protocolos  de  trotamento  estabelecidos      cos. foi obtido um est6dio combinado ta l  como
           levam  o  resultados  homogéneos,  por  outro      em estudos prévios'·': o  estádio  polo1 6gico foi
           e:xiste  o  receio  de  que  o  n oturezo  nõo  osp&-  usado sempre que possível; quando ausente ou
           ciolizodo daqueles hospitais se posso traduzir     em doentes nõo operados  foi  usado o  e.stódio
           em  resultados  inferia<es.  Além disso.  o  aba<·   clínico. Foa aberto umo e)(cepçõo paro cancros
           dogom destes doentes em serviços do ORlge-         precoces  nos  quais  umo  biópsia  excisional
           nerolisfOs  interfete  inevitavelmente  com  o  seu   ltWOU o que do cirurgia definitivo resultasse um
           normal  funcionamento,  pois  obrigo  o  altero·   relatório  potol6gico  negativo;  nestes  C050$,  o
           ções súbitos nos planos pré-estobolocidos poro     estódio clínico  prevaleceu.
           o  consulto  exte rno  e  bloco  operot6rlo.  Doi o   A locoli<oçõo nos cosas avançados baseou·
           necessidade  de  a ferir  resultados,  em  último   ·S9  fundamentalmente na anamnese e nos  rolo·
           on61 ise  para  decidir  se  vale  ou  nõo  o  pena   tórios  anótomo-potol6gkos;  nos  cosas em que
           trotar est es  doent es no refe-rido sistomo.      permanecia dúvido quanto ô origem do tumor,
             O objectivo deste estudo foi, portanto, rever    chegou-se  o  consenso  através da  análise  dos
          o  experiência do nosso serv~o no  trotamento       dados clínicos e discus.sõo com o onótomo-po-
          dos CE  do lo  ri nge  e  hipoforinge,  através do   lologisto e com o neuro-radiologista.
           descrição de práticos e do avaliação do prog-         A definição de segundo primório baseou-se
           nóstico  em  termos de  morlolidodo  e  conrrolo   no modificação de Hong dos crílêrios de War·
          do doença.                                          ren e  Gates  ' •
                                                                          0
                                                                 Dezasseis doentes não forom ~atados  porque
                                                              recus aram  trotamento  (n•-4),  m orreram  pouco
          MÉTODOS                                             tempo op6s o diagnóstico (n=7) ou tinham con·
                                                              eras  que  previsivelmente  necessitariam  de
             F oi  efectuada  a  revisão dos prooesJOs dfni·   grandes procediment O$  recan$lrutivO $ e rorom,
          cos  dos  doentes  com  CE  do laringe  e  hipo-    por  isso,  referenciados  ao  IPO ·  Porto  (n•5).
          forrnge conflrm<ldos histologicomente, refer.,...   E stes  doentes  foram  oxduidos  do  a nálise do
          cfodos oo nosso serviço desde o seu  inicio de      sobrevido. Todos os outros doentes receberam
          funções em  1997. Todos os p<ocessos clínicos       o primeiro curso de rrotamenlo no nos.so holpi-
          incluem  um  formulõrio  no qual sõo registados     tol ou no clinico do Radioterapia  que  lornoce
          os dado• de  todos  os concros  de  cabeço  e       este serviço ao nosso  hospital.  Cinco  doent es
          pe>Coço.  Além desses dados, foi colhido infor·     receberam trotamento do recidiva ou segundo
          moção adicional dos pr ocessos  clínicos  par a     primário no IPO·P orto,  mas  foram incluídos  na

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