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de Von Willebrand) e 28.0% dos indivíduos hemorragia primária e 14.7% a hemorragia
eram fumadores ativos (Tabela 1). A indicação secundária. Do total de doentes submetidos
cirúrgica mais comum foi a infecciosa (72.5%), a amigdalectomia, houve necessidade de
seguida de SAOS (15.8%), amigdalite caseosa revisão da hemostase no bloco operatório em
(6.5%) e AVAP (5.2%) (Figura 1). Relativamente à 24 casos (4.5%), correspondendo a 27.1% dos
técnica cirúrgica realizada, os registos clínicos doentes com HPA (Figura 2). Não se registaram
estavam omissos em parte dos casos, sendo outras complicações pós-operatórias.
que, nos restantes, a técnica mais utilizada O teste de Chi-quadrado revelou uma
foi a disseção a quente com eletrocautério associação estatisticamente significativa
(51.9%), seguida da disseção a frio (27.1%) e, entre o género e a afluência ao SU: as mulheres
por fim, a disseção a quente com coblation recorreram mais ao SU, tanto por dor (p<0.001),
(20.9%). No que diz respeito aos outcomes, como por outros motivos (p=0.046). Verificou-
verificámos uma taxa de afluência ao SU por se, ainda, uma associação entre o tipo de HPA
descontrolo álgico de 13.5% e de 7.4% por e a experiência do cirurgião: a hemorragia
outros motivos (náuseas, vómitos e perda primária foi mais frequente em procedimentos
de via oral). A incidência global de HPA foi realizados por Internos comparativamente a
de 16.6%, dos quais 1.9% correspondeu a Especialistas (3.2% versus 1.3%) e a hemorragia
Tabela 1
Características Demográficas e Comorbilidades
Características da Amostra Número Percentagem (%)
Idade
Média 32
Intervalo 18-84
Género
Feminino 317 58.8%
Masculino 222 41.2%
Comorbilidades (Score ACE-27)
Nenhuma ou Ligeiro (0-1) 430 79.8%
Severo (2-3) 19 4.1%
Coagulopatias 2 0.4%
Tabagismo 150 28.0%
Figura 1
Distribuição das indicações para amigdalectomia
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