Page 56 - Revista SPORL - Vol 59. Nº2
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FIGURA 1
Fluxograma representativo dos resultados da avaliação imagiológica pós tratamento dos doentes que compõe a amostra e sua
classificação em conformidade com os resultados do seguimento aos 12 meses.
Legenda: EGC – esvaziamento ganglionar cervical; SBV – sobrevida; S.C.I. – seguimento clínico e imagiológico.
(6 meses). A sobrevida aos 12 meses dos doentes em Não foi observada relação entre o resultado de PET/
estudo foi de 78% e a sobrevida livre de doença de 43,9%. CT e OS (P=0,630). Tendo em conta os parâmetros
A distribuição dos achados do seguimento efetuado nos metabólicos obtidos, utilizando como limiar o valor de
primeiros 12 meses encontra-se representada na figura 1. SUVmax = 3, obtém-se uma associação estatisticamente
Todos os doentes realizaram avaliação imagiológica significativa com a DFS (p=0,034) em doentes com
por TC, em média às 6,6 semanas pós QRT (mínimo 2; avaliação cervical com valores SUVmax <3, mas não
máximo 11,5). Considerando os critérios de avaliação com a OS (0,535). Considerando todas as PET/CT
de resposta em tumores sólidos (RECIST, versão 1,110), efetuadas e o seguimento clínico até aos 12 meses após
apurou-se uma taxa de resposta completa (RC) de a realização de QRT, foi calculado um valor preditivo
22%. Não se verificou uma relação estatisticamente positivo (VPP) e valor preditivo negativo (VPN) de 50% e
significativa entre RC na TC e DFS (p=0,364), OS (p=0,410) 73,9% respetivamente para deteção de doença local, e
ou tempo de seguimento (p=0,185). Por outro lado, foi um VPP e VPN de 58,3% e 91,3% respetivamente, para
calculada uma taxa de FP na avaliação nodal de 65%. deteção de doença regional. Quando comparados os
A PET/CT, realizada em média às 12,1 semanas após resultados de PET/CT efetuadas antes e depois das 12
o final do esquema de QRT, apresentou resultados semanas pós QRT, há estreitas diferenças nos VPP e VPN
dissonantes face ao estudo imagiológico convencional para deteção de doença local; para deteção de doença
(TC) em 42,3% e 33,3% no que concerne a avaliação da regional, a alteração mais significativa ocorre no VPP,
localização primária e metastização ganglionar cervical, com a realização de PET/CT após as 12 semanas pós
respetivamente. Considerando os doentes com TC a QRT a apresentar clara superioridade, sem diferenças
indicar ausência de resposta completa ganglionar, a significativas nos VPN (tabela 2).
PET/CT apresentou uma taxa de falsos positivos de 20%, Apenas 1 doente com PET/CT negativa na nossa
um número muito inferior ao obtido pela avaliação com amostra apresentou desenvolvimento de doença nodal
TC (65%). Foi calculada uma associação estatisticamente isoladamente nos 12 meses pós QRT (aos 4 meses).
significativa entre o resultado da avaliação da PET/CT e a A avaliação por PET/CT da resposta ao tratamento
DFS (p=0,004); quando comparamos apenas a avaliação neste doente foi realizada antes das 12 semanas. Três
do componente ganglionar cervical da PET/CT, a doentes foram classificados, após realização de PET/CT,
associação com DFS mantém-se significativa (p=0,049). como resposta nodal equívoca; 2 destes realizaram EGC
134 REVISTA PORTUGUESA DE OTORRINOLARINGOLOGIA E CIRURGIA DE CABEÇA E PESCOÇO