Page 18 - Revista SPORL - Vol 57. Nº4
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     O controlo pré-operatório precoce revelou-se um bom                     entre sLM pré-operatório e o controlo pós-operatório precoce
preditor de controlo tardio (p = 0,010, teste de qui-quadrado).         (p=0,593, teste ANOVA) ou tardio (p=0,340, teste ANOVA).
No grupo de doentes inicialmente parcialmente controlados               No entanto, na análise do subgrupo com RSCcPN, os autores
(cerca de 25% do total), 18% progrediu para o não controlo              encontraram uma associação não estatisticamente significativa
da doença, enquanto que no grupo inicialmente controlado                entre o sLM e o controlo pós-operatório tardio (p=0,058, teste
(75%), esta progressão ocorreu em apenas 3%. Por outro                  t de amostras independentes entre grupos “não controlado”
lado, a grande maioria dos doentes inicialmente controlados             e “controlado”). Esta associação não se verificou quando se
manteve-se assintomático 72%, enquanto que no grupo de                  avaliou o score etmoido-maxilar, ocupação da COI ou da FO.
controlo precoce “parcial” apenas 41% evolui favoravelmente.
À semelhança do encontrado noutros estudos5, os autores                 Não se encontraram diferenças entre a eosinofilia sanguínea
encontraram diferenças estatisticamente significativas no               nas duas formas de RSC (p=0,376, teste t de amostras
sLM pré-operatório nas diferentes patologias (ver gráfico 1).           independentes). Verificaram-se, no entanto, diferenças entre
                                                                        a eosinofilia tecidular nas duas formas de RSC (ver gráfico
GRÁFICO 1                                                               2) em 40,3% dos doentes com RSCcPN os eosinófilos eram
Diferenças no sLM médio nas duas formas de RSC                          a população celular predominante na peça cirúrgica, sendo
                                                                        que apenas o eram em cerca de 10,5% dos doentes com
                                                                        RSCsPN – neste grupo, a grande maioria dos doentes (63,2%)
                                                                        apresentava um infiltrado inflamatório multicelular sem
                                                                        evidência de eosinófilos.
                                                                        GRÁFICO 2
                                                                        Eosinofilia tecidular em função do tipo de RSC
Legenda: Diferença estatisticamente significativa (p<0,001, teste t de
amostras independentes). NOTA: nos doentes com RSCsPN, o sLM máx-
imo foi de 16 pontos.
Diferenças semelhantes foram encontradas relativamente                  Legenda: Rinossinusite crónica com polipose nasal (RSCcPN); Rinossi-
ao score E/M (87% vs 63%, p=0,03, teste de qui-quadrado),               nusite crónica sem polipose nasal (RSCsPN).
opacificação bilateral do COI (70% vs 33%, p=0,02, teste
de qui-quadrado) e ocupação bilateral da FO (21% vs 0%,                 O teste de Mann-Whitney U confirmou uma diferença
p<0,001, teste de qui-quadrado).                                        estatisticamente significativa na eosinofilia tecidular entre as
                                                                        duas formas de RSC (p=0,015).
Na tentativa de demonstrar que o sLM é um bom marcador                  Verificou-se também uma associação estatisticamente
de severidade da doença e da carga inflamatória, os                     significativa entre a eosinofilia sanguínea e a tecidular
autores tentaram associar este score à eosinofilia sanguínea            (p=0,008, teste ANOVA). No entanto, na análise por subgrupos,
(assumindo que este seria um bom marcador inflamatório                  na RSCcPN apenas se encontraram diferenças nos valores
individual) mas a correlação encontrada não demonstrou                  médios de eosinofilia sanguínea entre os grupos extremos:
significado estatístico (p=0,035, r de Spearman = 0,218),               “sem eosinofilia tecidular” e “eosinofilia predominante”
mesmo após análise por subgrupos de doença: na RSCcPN                   (p=0,007, análise post-hoc com teste de Bonferroni). Na
esta correlação manteve-se fraca (p=0,025, r=0,267), sendo              RSCsPN, não houve associação entre a eosinofilia sanguínea e
inexistente na RSCsPN (p=0,872).                                        tecidular (p=0,657, teste ANOVA).
                                                                        Na análise entre a eosinofilia e o controlo pós-operatório, não
Relativamente à eosinofilia tecidular, a presença de                    se identificou associação entre nenhum dos tipos de eosinofilia
eosinófilos na peça operatória associou-se a um sLM superior            com o controlo a curto prazo, mesmo após realizada a análise
no TC pré-operatório (p<0,001, teste ANOVA). Esta associação
manteve-se independentemente da subpopulação utilizada:
RSCcPN (p=0,010, teste ANOVA) e RSCsPN (p=0,001, teste
ANOVA). Na tentativa de associar a severidade da doença com
o controlo pós-operatório, os autores tentaram relacionar o
sLM com o controlo pós-operatório. Não se verificou associação
148 REVISTA PORTUGUESA DE OTORRINOLARINGOLOGIA E CIRURGIA DE CABEÇA E PESCOÇO





