Page 71 - Revista Portuguesa - SPORL - Vol 44. Nº4
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PEDRO ESCADA; CLARA CAPUCHO
car gelo sobre o lábio superior, recomendou a
observação com brevidade pelo seu médico
assistente de otorrinolaringologia, para excluir
a presença de outras sequelas do traumatismo
a nível nasal.
FIGURA 2: ASPECTO DA EQUIMOSE SUBMUCOSA
DO LÁBIO SUPERIOR.
DISCUSSÃO:
FIGURA 1: DETALHE DA RADIOGRAFA SIMPLES DE PERFIL,
DEMONSTRANDO A FRACTURA
DA ESPINHA NASAL ANTERIOR.
A espinha nasal anterior, uma estrutura ana-
tómica única da espécie humana, que não
existe nem nos outros primatas nem nos res-
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tantes mamíferos , não tem merecido grande
referência na literatura médica.
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A observação otorrinolaringológ ica realiza- Um único caso de um condroma , a erosão
da três dias depois do traumatismo pôde con- da espinha nasal anterior associada à lepra le-
firmar que não tinha havido outras lesões além promatosa3· 4 e a ausência de espinha nasal
da FENA, e em particular não se observavam anterior na displasia maxilo-nasal (síndroma de
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luxações ou desvios do septo nasal. Binder) · , são os exemplos raros das alterações
A doente confirmava a resolução parcial do patológicas desta estrutura que foram descritas.
edema, mas ainda se observava uma equimo- Mesmo a FENA, apesar da grande incidên-
se extensa na face mucosa do lábio superior cia de traumatismos da face e de fracturas dos
(Figura 2). ossos da face, é extremamente rara, com ape-
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Uma vez que não havia qualquer compro- nas 3 casos registados na literatura médica · ,
misso funcional ou estético do traumatismo e sendo que curiosamente uma dessas descrições
da fractura, não foi necessário mais do que foi realizada por um dos autores deste trabalho
prosseguir com o tratamento conservador já num artigo de caso clínico publicado na revista
instituído. Rhinology, em 1999.
A equimose e o edema resolveram em pou- No que diz respeito à raridade desta frac-
cos dias e a dor local desapareceu em poucas tura, há ainda que atender às particularidades
semanas. anatómicas da espinha nasal anterior, nomea-
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