Page 100 - Revista Portuguesa - SPORL - Vol 44. Nº2
P. 100
Rev. Port. ORL. n. o 44, n. o 2, ................ , Junho 2006
NOTÍCIAS
,
A ETicA, o DiREiTo E A MEdiciNA
«Codo vez mois o ciência do morol se impõe no vido nocional, em
todos os óreos. É necessário recomeçar o transmitir referências e valores
poro que os que vêm o seguir o nós não olhem p oro o Ético como qual·
quer coisa que não pertence oo mundo deles», sentenciou Ferio e Almeida,
no orronque do meso redondo «Otorrinoloringologio - o Ético e o Direi·
to» o que (co)presidiu. Rodeado de médicos, Guilherme de Oliveira, cate-
drático do Faculdade de Direito do Universidade de Coimbra, tentou escla-
recer olgumos dúvidas relativos oo consentimento in formado, erro médi·
co e investigação científico e médico.
O jurista diz, quanto oo primeiro ponto, que •o formulário é enganador,
porque crio o ilusão de que, desde que se assine um papel, está tudo reso~
vido», quando, em poises estrangeiros, jó houve condenações por falto de
informação dos doentes sobre os riscos inerentes o umo determinado op-
ção. Guilherm e de Oliveiro entende que o solução posso por mois comunico·
ção entre o médico e o doente: « É preciso dor oos doentes o dose de infor·
moção que eles precisam poro decidir», reforçando que «o médico pode
omitir umo informação se entender que só lhe vai oumentor o doença». EM pAÍsEs ESTRANGEiRos, jÁ h ouvE coNd ENAÇÕES
«N ão sei olé que limite podemos ir», confrontou António Moi o Gomes, pOR fAh A d E iNfORMAÇÃO d os d OENTES S ObRE
director do Serviço de ORL do Hospital de Pedro Hispano, em Matosinhos. OS RiSCOS ÍNERENTES A UMA d ETERMiNAd A Op ÇÃO,
O especialista questiono também o volidode de um papel que é sempre
igual e se adopto oos «mois voriodos casos•. Por seu lodo, Alivor Cordoso lEMbRou GuilltEnME dE OlivEiRA
realçou «umo certo dificuldade no consentimento informado, porque quan-
do explicamos muito, o fomílio vem dizer que falamos demais e, depois, noções tende o oumentor. Agostinho Almeida Santos, salientou que «enquanto o
também é difícil que o doente compreendo o que lhes estamos o dizer». culpo morrer solteiro e os queixos de erro médico prescreverem, todo o classe soi
Em relação oo erro médico, o mote foi lonçodo pelo presidente do ofectodo».
Sociedade Portuguesa de Otorrinolaringologia que fez o distinção entre
erros honestos e aqueles por negligência. António Diogo de P aiva meneio· A ético no dio ·o ·dio de um gestor hospitalar
nou o dificuldade do médico lidar com o erro, que tem sido ogrovodo pelo Agostinho A lmeida Santos, presidente do Conselho de Administração ((A )
crescente exigência dos doentes e do tutelo. Moio Gomes defendeu que o dos HUC, transmitiu o suo maior preocupação que tem o ver com o aumento
erro médico tem que ser motivado por negligência, imperfcio ou impru· dos custos no trotamento dos doentes esbarrar com recursos económicos, codo
dêncio. «Coso contrário, não pode ser considerado culpado•, sentenciou. vez mais, limitados. •O orçamento é limitado, não hó um orçamento
rectificativo e os pacientes têm que ser trotados. Podemos chegar o Outubro
«Quando o médico foz tudo pelo doente ... » sem cobimento orçomentol poro despesas e, «quando os verbos se esgoto·
Nesta questão, Guilherme de Oliveira vincou que «quando o médico foz rem, como se compram mais medicamentos?», questionou o também mem-
tudo pelo doente, ninguém consegue provar negligência e, nesses cosos, não bro do Comissão Nocional de Ético e D eontologia do O r dem dos Médicos.
hó condenação». O jurista falou do exemplo de alguns poises, onde se optou Trazendo à discussão alguns exemplos concretos em que o direito à saúde e
por formar comissões especiolizodos poro ovolior os queixos dos doentes. Ao os critérios economicistas se confrontam, Almeida Santos deslocou «o confli·
procuro r diminuir o factor culpo, opõem-se oo sistema português que, afirmo o to permanente de natureza ético que é umo inqu ietude constante poro um
especialista, voi continuar no estilo tradicional e, por isso, o número de conde· presidente de CA».
OssiculopAsTiAs
A possibilidade de se uniformizar critérios e atitudes cirúrgicos nos ossiculopostios intervenção: •Basicamente pretende-se fozer o cirurgia num tempo, porque
em Portugal foi apresentado por Jorge Domingues, chefe de serviço no Hospital ontigomente o doente com otite crónico io resolvendo porciolmente os compl~
Egos Moniz, numo conferência sobre o temo que proferiu no manhã do segundo coções que linho, ou sejo, er o operado cinco ou dez vezes oo mesmo problema
dio do Congresso. P reconizou também o criação d e umo escola portuguesa poro - ia-se odiando o solução•.
efectuar estas intervenções. Com esto filosofia de abordagem «o doente fico b em num s6 tempo operot6-
Como se sobe e o prelector recordou, o reconstrução do codeio ossicular em rio», vincou o espeàolito ocrescentondo que, groços o este preessuposto,ê pos-
ORl pode ser efectuado usando vários técnicos, e pode decorre num só tempo sível eliminar o doenço e, sempre que passivei, preservar o função. P oro Jorge
cirúrgico ou necessitar de um segundo tempo, 8 o 12 meses o pós o cirurgia. Jorge D omingues, estamos peronte umo técnico dois em um:«P reconizomos que se
D omigues propõe openos um « tempo ossiculopóstico» como uso de auto-enxerto, elimine o doença e se preserve o funçõo com resultados muitos bons».
e rejeitando o utilização de próteses de outms materiais. «Defendemos o uso de Como considero o especiali sta do H osp ital Egos M oniz, esto será umo formo
auto-enxertos», pois «tudo que o prótese foz, esse enxerto também pode fazer» de « sistemotizor o dossificoção do cirurgia no otite crónico•, pois, como se
sem « o perigo de rejeição», frisou o especiolisto. sobe, hó vários escolas, n omedomente o alemã e o onglo-soxónico. «Usamo s
Relotivomente o resultados, Jorge Domingues disse que muitos vezes podem técnicos próprios que dossicomente nõo estão desc ritos e os resultados cirúrgi-
nõo ser bons, mos isso tem muito o ver nomedomente com o pessoa que foz o cos são muito bons» , considerou Jorge Domingues.
219--

