Page 99 - Revista Portuguesa - SPORL - Vol 44. Nº2
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          NOTÍCIAS
  "                                   .                 .






                           Carvalho Rodrigues e a  odisseia da Humanidade

                      «TEMOS  UM  CONitEciMENTO  ENVENENAdO»

                                                            Ausência de comunicação
                                                            Numa conferência  em  que  abordou o «Odisseia  do  conhecimento», o
                                                           prelector defendeu que o nosso sociedade «suportado em quatro pilares»
                                                           (energia, comunicação, transporte e sistemas de suporte de vida) é <<ex·
                                                           tremomente eficaz•, embora o «infro·estruturo de informação seja o quin·
                                                           to-essência de  hoje».
                                                            «O  telégrafo permitiu que, pelo primeiro vez, se separasse comunicação
                                                           de informação•, disse poro sustentar que com o informação veiculada pelo
                                                           telégrafo «eu não comunico nodo». Doí, «o relação que havia entre comu·
                                                           nicoçõo  e informação, que era enorrníssimo,  hoje é praticamente nulo•,
                                                           inferiu.
                                                            Poro  corroborar o sua  tese  de  ausência  de  comunicação,  perguntou:
                                                           «Quantos vezes já mudámos o que íamos fazer num dia por cousa dos notí·
                                                           cios?», paro depois concluir que é «completamente irrelevante» o noticiário.
                                                           «Não se foz nodo com os notícias e o primeiro a motor os notícias é o pessoa
                                                           que os foz», o firmou, voltando o defender que é esta o nosso cultura.
                             SEGUNdo CAnvAllto  RodRiGUEs,   Poro (orvalho Rodrigues, no origem de tudo isto esteve uma «revolução
                                                           grande e curioso» em que passámos a ser seres híbridos entre o máquino e
                      HOjE A  Esp Éci E huMANA vivE NUMA sociEdAdE
                                                           nós mesmos:  «Aliás,  há  muito  cirurgia onde  não se sobe onde acabo  o
                   <<EXTREMAMENTE  VUlNERÁVEl»,  pORQUE  «dEpENdE
                                                           máquina e começo o cirurgia».
                   dE  MUÍTO  pOUCOS  O  fuNCiONAMENTO  dAS  COÍSAS»
                                                            A «religião» mais expandida
                 O director do Programo de Ciência- Novos Ameaças e Desafios, do NATO,   Carvalho Rodrigues abordou tombém temo do ciberespoço, que considerou
               o português  Fernando  Carvalho  Rodrigues,  defendeu  que  hoje o espécie  «o "religião" mais expandido do  planeta•. Aliás, é o «religião»  que, como
                humano vive nu mo sociedade «extremamente vulnerável•, porque «depen·  disse, foz com que se acredite que nos podem pagar por transferência bancário.
               de de muito poucos o funcionamento dos coisas», o que o levou o concluir  Isto apesar de «os electrões no meu computador valerem zero», o que o levou
               que «temos um conhecimento envenenado».     o questionar:  «Porque hÕ"de  haver dívidas se o paradigma que dó valor são
                 O também  principal  responsável  pelo  lançamento  do satélite português  electrões?».
                (PoSot·l), em  órbita  desde  Setembro  de  1993, considerou  oindo  que  à   Carvalho Rodrigues,  nascido em Casal de Cinzo  (distrito do Guardo), fechou
               medido que vamos tendo maior conhecimento,  estamos «numa senda que  esta porte do suo conferência justificando o enorme corrido ao ouro actual (subiu
               nos pode levo r à próprio destruição•  (como diz o Bíblia, frisou).   de  180 dólares o onça poro 720, depois do  11  de Setembro, record~e) .  Tol
                 Reconhecendo que estamos num «mundo inseguro», colocou em questão  acontece, disse, porque «estamos num mundo novo, onde dominam os electrões».
               que consigamos prosperar mesmo vivendo numa sociedade  eficaz:  «Nunco   O sico concluiria o intervenção com umo projecção do que conseguiu/ con-
                                                             fí
               vivemos  tão inseguros e nunca fomos  tão  eficazes», disse no Conferência  segue o Humanidade fazer em 100 anos (aprendemos o <<conceito de fomnio e
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               Inaugural do  53 edição do Congresso  Nocional  de  Otorrinolaringologia  e  de educação, o que nos liberto do tirania do presente» l e, por outro lodo, em
               Cirurgia Cérvico·Fociol.                    mil anos, em que «inventámos o português». Em mil anos «o mundo passou o
                 Reflectindo acerco do «pós 11  de Setembro», Carvalho Rodrigues r e·  mondar cortas o nível planetário», disse ainda, referindo que também os liga-
               velou  que o que perdurou nos consultas no internei - depois do  World  ções por mar e a arquitectura fazem o história do tempo, por exemplo, «em mil
               Trode  Center  e do  biografia de  Ossomo  Bin  loden - foi  o procuro  de  anos fornos até ao Brasil».
               Nostrodomus, facto que explicou com o necessidade de «irmos outro vez   E «é do mundo que construirmos à volto do planeta que vamos construir um
               à procuro do  normalidade».                 novo visão do mundo», acrescentou.
                             CiRURGiA ENdoscópicA  RiNosiNUSAl AVANÇAdA

                 «Cada cirurgião tem os suas manias, vou folar do que temos feito•, explanou  consiste no orientação do doente poro evitar que tome ontHnflomotórios bem
               Richard Voegels, presidente do Associação Brasileiro de Otorrinolaringologia e  como poro introduzir o ATB e o corticóide sistémico e prolongo-se no pósilpero-
               Cirurgia Cérvico-Fociol . «Uma dos coisas importantes no  operação oo nariz é o  tório em que mantém o antibiótico enl!e lO a 14 dias bem como o corticõide
               songromento», começou por dizer. «Temos que ter a humildade de parar o cirurgia  sistémico. Após mostrar vários vídeos de cirurgias «bem sucedidas»,  Richard
               no  momento em que está o haver muito songromento, diminuindo o risco  de  Voegels passou o uma mó experiência, em que o doente morreu. «O nariz é
               complicações graves», sublinhou o especialista. «Poro minimizar o songromento,  bonito, mos é um formo fácil de motor o paciente se não se souber o que está
               recorremos à anestesio endovenoso que não provoco vasodilatação, diminuindo o  o fazer», acrescentou. E poro o aquisição dos competências e do treino necessá·
               songromento e tornando o pósilperotório mais fácil», prosseguiu. Assim,  qual·  rio,  «os médicos internos têm de dissecar, no mínimo, 20 cadáveres antes de
               quer cirurgia ao nariz, começo - disse - com o rotina do pré-operatório, que  operar».





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