Page 99 - Revista Portuguesa - SPORL - Vol 44. Nº2
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Rev. Port. ORL. n. 44, n. o 2, ................ , Junho 2006
NOTÍCIAS
" . .
Carvalho Rodrigues e a odisseia da Humanidade
«TEMOS UM CONitEciMENTO ENVENENAdO»
Ausência de comunicação
Numa conferência em que abordou o «Odisseia do conhecimento», o
prelector defendeu que o nosso sociedade «suportado em quatro pilares»
(energia, comunicação, transporte e sistemas de suporte de vida) é <<ex·
tremomente eficaz•, embora o «infro·estruturo de informação seja o quin·
to-essência de hoje».
«O telégrafo permitiu que, pelo primeiro vez, se separasse comunicação
de informação•, disse poro sustentar que com o informação veiculada pelo
telégrafo «eu não comunico nodo». Doí, «o relação que havia entre comu·
nicoçõo e informação, que era enorrníssimo, hoje é praticamente nulo•,
inferiu.
Poro corroborar o sua tese de ausência de comunicação, perguntou:
«Quantos vezes já mudámos o que íamos fazer num dia por cousa dos notí·
cios?», paro depois concluir que é «completamente irrelevante» o noticiário.
«Não se foz nodo com os notícias e o primeiro a motor os notícias é o pessoa
que os foz», o firmou, voltando o defender que é esta o nosso cultura.
SEGUNdo CAnvAllto RodRiGUEs, Poro (orvalho Rodrigues, no origem de tudo isto esteve uma «revolução
grande e curioso» em que passámos a ser seres híbridos entre o máquino e
HOjE A Esp Éci E huMANA vivE NUMA sociEdAdE
nós mesmos: «Aliás, há muito cirurgia onde não se sobe onde acabo o
<<EXTREMAMENTE VUlNERÁVEl», pORQUE «dEpENdE
máquina e começo o cirurgia».
dE MUÍTO pOUCOS O fuNCiONAMENTO dAS COÍSAS»
A «religião» mais expandida
O director do Programo de Ciência- Novos Ameaças e Desafios, do NATO, Carvalho Rodrigues abordou tombém temo do ciberespoço, que considerou
o português Fernando Carvalho Rodrigues, defendeu que hoje o espécie «o "religião" mais expandido do planeta•. Aliás, é o «religião» que, como
humano vive nu mo sociedade «extremamente vulnerável•, porque «depen· disse, foz com que se acredite que nos podem pagar por transferência bancário.
de de muito poucos o funcionamento dos coisas», o que o levou o concluir Isto apesar de «os electrões no meu computador valerem zero», o que o levou
que «temos um conhecimento envenenado». o questionar: «Porque hÕ"de haver dívidas se o paradigma que dó valor são
O também principal responsável pelo lançamento do satélite português electrões?».
(PoSot·l), em órbita desde Setembro de 1993, considerou oindo que à Carvalho Rodrigues, nascido em Casal de Cinzo (distrito do Guardo), fechou
medido que vamos tendo maior conhecimento, estamos «numa senda que esta porte do suo conferência justificando o enorme corrido ao ouro actual (subiu
nos pode levo r à próprio destruição• (como diz o Bíblia, frisou). de 180 dólares o onça poro 720, depois do 11 de Setembro, record~e) . Tol
Reconhecendo que estamos num «mundo inseguro», colocou em questão acontece, disse, porque «estamos num mundo novo, onde dominam os electrões».
que consigamos prosperar mesmo vivendo numa sociedade eficaz: «Nunco O sico concluiria o intervenção com umo projecção do que conseguiu/ con-
fí
vivemos tão inseguros e nunca fomos tão eficazes», disse no Conferência segue o Humanidade fazer em 100 anos (aprendemos o <<conceito de fomnio e
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Inaugural do 53 edição do Congresso Nocional de Otorrinolaringologia e de educação, o que nos liberto do tirania do presente» l e, por outro lodo, em
Cirurgia Cérvico·Fociol. mil anos, em que «inventámos o português». Em mil anos «o mundo passou o
Reflectindo acerco do «pós 11 de Setembro», Carvalho Rodrigues r e· mondar cortas o nível planetário», disse ainda, referindo que também os liga-
velou que o que perdurou nos consultas no internei - depois do World ções por mar e a arquitectura fazem o história do tempo, por exemplo, «em mil
Trode Center e do biografia de Ossomo Bin loden - foi o procuro de anos fornos até ao Brasil».
Nostrodomus, facto que explicou com o necessidade de «irmos outro vez E «é do mundo que construirmos à volto do planeta que vamos construir um
à procuro do normalidade». novo visão do mundo», acrescentou.
CiRURGiA ENdoscópicA RiNosiNUSAl AVANÇAdA
«Cada cirurgião tem os suas manias, vou folar do que temos feito•, explanou consiste no orientação do doente poro evitar que tome ontHnflomotórios bem
Richard Voegels, presidente do Associação Brasileiro de Otorrinolaringologia e como poro introduzir o ATB e o corticóide sistémico e prolongo-se no pósilpero-
Cirurgia Cérvico-Fociol . «Uma dos coisas importantes no operação oo nariz é o tório em que mantém o antibiótico enl!e lO a 14 dias bem como o corticõide
songromento», começou por dizer. «Temos que ter a humildade de parar o cirurgia sistémico. Após mostrar vários vídeos de cirurgias «bem sucedidas», Richard
no momento em que está o haver muito songromento, diminuindo o risco de Voegels passou o uma mó experiência, em que o doente morreu. «O nariz é
complicações graves», sublinhou o especialista. «Poro minimizar o songromento, bonito, mos é um formo fácil de motor o paciente se não se souber o que está
recorremos à anestesio endovenoso que não provoco vasodilatação, diminuindo o o fazer», acrescentou. E poro o aquisição dos competências e do treino necessá·
songromento e tornando o pósilperotório mais fácil», prosseguiu. Assim, qual· rio, «os médicos internos têm de dissecar, no mínimo, 20 cadáveres antes de
quer cirurgia ao nariz, começo - disse - com o rotina do pré-operatório, que operar».
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