Page 97 - Revista Portuguesa - SPORL - Vol 44. Nº2
P. 97
Rev. Port. ORL. n." 44. n." 2, ................ , Junho 2006
NOTÍCIAS
DETECÇÃO pREcocE dA suRdEz iNfANTil
Contrastes ibéricos
A palavra «precoce» foi transversal ó apresentação de
todos os participantes no mesa redondo que trotou, no
primeiro manhã do Congresso, o detecção do surdez in·
fontil. Especialistas galegos contaram o que se foz do
outro lodo do fronteiro, onde o rastreio universal atinge
85 por cento dos recém·noscidos, muito ocimo do médio
portuguesa, que fico, como se sobe, pelos 14 por cento.
Mario dei Rio Vollero, do Hospital do Universidade de
Santiago de Compostela, obriu o debate, apresentan-
do como ideal fazer o diagnóstico «antes dos três me-
ses» poro que o trotamento comece «antes dos seis>>.
A especialista galego assumiu trotar-se de «um objecti-
vo muito difícil», mos fundo mentol poro intervir quan-
do o criança ainda tem plasticidade neuronal no via
auditivo e no córtex auditivo. Vários experiências, que
citou, sustentam que os crianças que iniciaram o trota-
mento até oos seis meses tiverom um desenvolvimen-
to linguístico «semelhante" às que nunca apresenta-
ram qualquer deficiência auditivo.
Poblo Parente descarto o rastreio baseado nos factores de risco, por SEGUNd o CARLos RibEiRo,
nem sempre ser possível detectá-los. O otorrinolaringologista do CHU EM MÉdiA, AS CRiANÇAS iMplANTAdAS TÊM TRÊS ANOS,
do Corunha lembrou que os critérios poro uma criança fazer o provo
auditivo foram progressivamente alargados, mos, mesmo assim, conti- UM VAlOR QUE, É pREciSO QUE dESÇA
nuou o verificar-se um desfasamento entre os resultados do diagnósti-
co e os crianças com factores de risco. O desenvolvimento dos novos pois entraves, disse, dificultando o aquisição de equipamento e o
tecnologias abriu o porto oo rastreio universal e Poblo Parente conside- contratação de pessoal especializado, o que acresce o insuficiência
ro que este só não está mais implementado, porque «os programas de meios humanos e o ausência de multidisciplinoridode. «Todos os
preventivos são os últimos que se põem em marcho>>. profissionais que lidam com os recém-nascidos têm que estar consci-
E strello Polias apresentou o suo experiência no Hospital Geral de encializados e os enfermeiros são essenciais no sensibilização poro o
Vigo, onde, por regro, o screening inicial é feito antes do oito hospi- rastreio>>, frisou. Em jeito de conclusão, Miguel Coutinho afirmou:
talar e 12 horas após o porto, frisando o importância de uma boa «Nõo bosto boo vontade, poro se iniciar um programo de rastreio,
coordenação poro que todos os recém-nascidos passem pelo rastreio. tem que se ter um o estruturo bem montado».
No suo intervenção, realçou oindo o necessidade de pessoal treinado Carlos Ribeiro dos Hospitais do Universidade de Coimbra acen-
poro o realização do provo bem como o formo como se transmitem tuou o tónico de actuar precocemente, ao nível do implante cocle-
os resultados aos pois do criança. Socorro Tedim apresentou os mé- or, indicado no coso de surdez profunda ou total. Em médio, as
todos objectivos e subjectivos, utilizados no Complexo de Orense, crianças implantados têm três anos, um valor que, diz, é preciso
poro conhecer o grou de perda auditivo. que desço. Nos casos dos implantes bilaterais, optovo-se por fazê-
los em dois tempos, mas percebeu-se, disse, que o segundo inter-
A experiência nocional venção apresentava sempre piores resultados, por ser feito mais
«Estamos alguns o nos atrasados. Queremos ganhar tempo», su- tardiamente.
blinhou Miguel Coutinho do Serviço ORL do Hospital Mario Pio, con- A mesa redondo foi presidido por Torcuoto Lobello e A. Maio Go-
siderando essencial sensibilizar o Ministério do Saúde poro o rastreio mes e moderado por Luísa Monteiro. Após a discussão, o especialis-
universal. O especialista contou o experiência de um ano (entre 2001 ta do Hospital D. Estefânia resumiu: «Os benefícios do rastreio uni-
e 2002) em que o hospital pediátrico portuense teve um programo versal sõo óbvios. Queremos que os experiências comecem bem.
de rastreio sistemático, e elencou os dificuldades que sentiu. A falto Queremos projectos sustentados oo longo do tempo. Poro isso, é
de empenhamento dos administrações hospitalares é um dos princi- importante que se crie uma rede de referencioçõo de cuidados».
«NÃO bASTA boA VONTAdE, LuísA MoNTEiRo:
pARA SE iNiCiAR UM pROGRAMA dE RASTREiO, «ÜS b ENEfícios do RASTREÍO UNiVERSAl
TEM QUE SE TER UMA ESTRUTURA bEM MONTAdA», SÃO óbvios(_ .. ) É iMpORTANTE QUE SE CRiE UMA
AfiRMOU: MiGvd CovTiNito REd E dE REfERENciAÇÃO dE cuid AdOS»-
-- 216

