Page 37 - Revista Portuguesa - SPORL - Vol 62. Nº1
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Mastoidectomia via técnica retrógrada -
análise retrospetiva de resultados
Artigo Original
Autores Resumo
Objetivo: Análise de resultados de mastoidectomia
Márcia Mourão via técnica retrógrada para extirpação de coles-
Serviço de Otorrinolaringologia, Centro Hospitalar teatoma em adultos.
Tondela-Viseu, EPE, Portugal Métodos: Estudo retrospetivo dos casos de
mastoidectomia via técnica retrógrada realizados
Gonçalo Quadros no Centro Hospitalar Tondela-Viseu entre Janeiro
Serviço de Otorrinolaringologia, Centro Hospitalar de 2018 e Dezembro de 2021 com recolha de dados
Tondela-Viseu, EPE, Portugal
demográficos, tipo de cirurgia, reconstrução
Bárbara Rodrigues da parede póstero-superior do canal, tipo de
Serviço de Otorrinolaringologia, Centro Hospitalar timpanoplastia, recidiva, tempo de follow-up e
Tondela-Viseu, EPE, Portugal resultados audiométricos.
Resultados: Foram incluídos no estudo 45
Francisco Patrão ouvidos, 73,3% dos quais correspondeu a cirurgia
Serviço de Otorrinolaringologia, Centro Hospitalar primária. Foi realizada reconstrução da parede
Tondela-Viseu, EPE, Portugal póstero-superior do canal em 37,8% dos ouvidos
operados e ossiculoplastia em 73,3%. O ganho no
António Alves gap aero-ósseo nos doentes em que se realizou
Serviço de Otorrinolaringologia, Centro Hospitalar
Tondela-Viseu, EPE, Portugal reconstrução da parede foi de 9,66dB (vs. 1,91 dB
sem reconstrução). Durante o follow-up ocorreu
Sérgio Raposo recidiva em 13,3% dos casos.
Serviço de Otorrinolaringologia, Centro Hospitalar Conclusões: Na nossa série esta técnica mostrou
Tondela-Viseu, EPE, Portugal ser segura e eficaz na exérese do colesteatoma. A
reconstrução da parede do CAE permitiu melhores
resultados audiométricos.
Palavras-chave: Mastoidectomia, técnica retrógrada
Introdução
A Otite Média Crónica (OMC) colesteatomatosa,
uma patologia inflamatória, diferencia-se pela
presença de detritos de epitélio pavimentoso
estratificado queratinizado no ouvido
médio e/ou mastóide. Apesar de ser uma
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patologia benigna, a OMC colesteatomatosa
apresenta um comportamento localmente
invasivo, associado ao efeito de pressão da
lesão quística de queratina em expansão
e à atividade osteoclástica mediada por
colagenases, provocando erosão das
estruturas ósseas contíguas. Pode ocorrer
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Correspondência:
Márcia Mourão retração ou perfuração da membrana
marciaczmourao@gmail.com timpânica, erosão da cadeia ossicular e osso
da mastóide, com compromisso da acuidade
Artigo recebido a 11 de Julho de 2023.
Aceite para publicação a 22 de Janeiro de 2024. auditiva e, ocasionalmente, complicações
intratemporais (p. ex. lesão do nervo facial ou
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