Page 78 - Revista Portuguesa - SPORL - Vol 60. Nº4
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Apenas uma minoria dos doentes foram sexo (p=0,609), a idade (p=0,146), os hábitos
diagnosticados em estadio I e II ( 5% em cada tabágicos e/ou etanólicos (p=0,269),a
situação). topografia/localização da lesão (p=0,309), o
grau de diferenciação histológica (p=0,116) e
Figura 1 a extensão da doença (p=0,147) não tiveram
Estadio de apresentação impacto na sobrevivência deste grupo de
doentes. Assim sendo, as únicas variáveis com
impacto estatisticamente significativo no
prognóstico dos doentes foram o estadiamento
(p=0,018) e o tipo de tratamento (p<0,0001).
Os doentes em estadio I apresentaram uma
TS global a 5 anos de 56,3% enquanto que os
doentes em estadio IV (IVa, IVb, IVc) tiveram TS
mais baixas (30,6%).
A cirurgia isolada teve uma TS global de 46,7%
seguida pela cirurgia associada a radioterapia
(37,5%) e pela quimioradioterapia. (15,4%).
86,7% (n=156) dos doentes foram tratados com Para análise mais detalhada, o tipo de
intuito curativo. tratamento foi dividido em 2 categorias:
O esquema de tratamento mais usado foi tratamento médico isolado (quimioterapia,
a quimioterapia associada a radioterapia radioterapia, quimioradioterapia) e tratamento
(49,4%, n=89), seguido de cirurgia com cirúrgico isolado ou associado a terapêutica
quimioradioterapia adjuvante (QRT, 12,2%, adjuvante (cirurgia + quimioradioterapia, cirurgia
n=22). 11,7% dos doentes foram submetidos a + radioterapia, cirurgia). O tipo de tratamento
tratamento paliativo (n=21). foi então ajustado ao estadiamento.
Dos 180 doentes com diagnóstico de CPC No estadio I, a principal estratégia de
da orofaringe, 24 foram excluídos da análise tratamento foi a cirurgia isolada ou associada
da sobrevivência por se tratarem de doentes a terapêutica adjuvante (n=5, 62,5%) enquanto
paliativos (n=21) ou apresentarem registos que no estadio II (n=5, 55,5%), III (n=18, 66,7%)
clínicos incompletos (n=3). e IV (n=90, 81,82%) o tratamento médico
Na análise univariável, verificou-se que o exclusivo foi mais frequente.
Figura 2
Esquemas de tratamento utilizados
350 Revista Portuguesa de Otorrinolaringologia - Cirurgia de Cabeça e Pescoço

