Page 32 - Portuguese Journal - SPORL - Vol 54 Nº2
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sido avaliados 99,9% dos recém-nascidos do CHBV.   0,1% dos recém-nascidos faltaram.  Na 2ªfase, passaram
          Destes, 91,8% não apresentaram  factores de  risco,   63,6% dos recém-nascidos e 36,4% dos recém-nascidos
          sendo que os restantes 8,2% tinham factores de risco   não passaram. Na 3ªfase, apresentaram audição normal
          para surdez.                                      37,5%  dos  recém-nascidos,  foram  diagnosticadas
          Do protocolo dos recém-nascidos sem factores de risco,   2  crianças  (15%) com  surdez de  condução de grau
          na 1ªfase do rastreio auditivo 90,6% dos recém-nascidos   moderado  (otite  seromucosa),  2  crianças  (15%)  com
          passaram e 9,3% dos recém-nacidos não passaram. Na   surdez sensorioneural e 12,5% faltaram. Das crianças
                                                            diagnosticadas com surdez, uma apresentava surdez de
          GRÁFICO 2                                         grau ligeiro bilateral (adaptada com aparelhos auditivos)
          Recém-nascidos sem factores de risco
                                                            e outra surdez de grau profundo bilateral (referenciada
                                                            para implante coclear).
                                                            Relativamente  à  plataforma  online,  verificou-se
                                                            ter havido 100% de registo dos recém-nascidos da
                                                            maternidade  do  hospital  e  respectivo  agendamento
                                                            dos  rastreios  auditivos.  Verificou-se  ainda,  que  foram
                                                            preenchidos na plataforma online, cerca de 97% dos
                                                            questionários dos factores de risco e dos resultados do
                                                            RANU.
                                                            Constatou-se também que o absentismo aumentou na
                                                            3ª fase do RANU.

                                                            DISCUSSÃO
                                                            Os  resultados  encontrados  permitem-nos  afirmar
                                                            que no ano 2014, as directrizes da GRISI foram
                                                            cumpridas. O RANU avaliou 99,9% dos recém-nascidos
          2ªfase, 90,9% dos recém-nascidos passaram, 7,1% não   da  maternidade,  com  um  índice  de  falsos  positivos
          passaram e 2% dos recém-nascidos faltaram. Na 3ª   de  0,3%.  A  confirmação  do  diagnóstico  dos  casos  de
          fase, 40% dos recém-nascidos apresentaram audição   perda  auditiva  foi  efectuada  em  média  aos  4  meses
                                                                    (4)
          normal, foram diagnosticados 3 casos (30%) com surdez   de idade.  No que diz respeito à intervenção e /ou
          sensorioneural e faltaram 30 % dos recém-nascidos. Das   encaminhamento  dos  casos  atrás  citados,  a  média
                                                                                      (5)
          3  crianças  diagnosticadas  com  surdez  sensorioneural,   obtida foi de 5 meses de idade.
          uma apresentava surdez de grau ligeiro bilateral   Com  base  na  literatura,  os  números  do  absentismo
          (adaptada com aparelhos auditivos), a outra com surdez   são  um  factor  a  ter  em  consideração  para  garantir  a
                                                                                        6,7
          de grau moderado bilateral (adaptada com aparelhos   qualidade do programa de RANU.
          auditivos) e outra com surdez de grau profundo bilateral   Apesar dos esforços desenvolvidos para minimizar
          (referenciada para implante coclear).             o  absentismo,  verificou-se  no  nosso  estudo,  que  as
          Do protocolo dos recém-nascidos com factores de   taxas  de  evasão  estão  directamente  relacionadas
          risco, na 1ªfase do RANU,  83,9% dos recém-nascidos   com o número de episódios hospitalares, apesar de
          passaram,16% dos recém-nascidos não passaram e    ser  devidamente  explicado  aos  pais  a  importância  do
                                                            rastreio e o impacto de uma perda auditiva, na vida da
          GRÁFICO 3                                         criança.
          RN com factores de risco
                                                            A  plataforma  permitiu  o  registo  e  o  acesso  a  dados,
                                                            tais como: os recém-nascidos internados no berçário/
                                                            ucin, os agendamentos do RANU em qualquer uma
                                                            das  fases,  o  questionário  de  factores  de  risco,  os
                                                            recém-nascidos referenciados para consulta de ORL,
                                                            os resultados do RANU em todas as fases do mesmo
                                                            e  os  dados  estatísticos  do  RANU.  O  acesso  de  todos
                                                            os intervenientes aos dados anteriormente referidos,
                                                            minimizam por um lado os riscos de perda de dados e
                                                            o tempo despendido no rastreio auditivo, potenciando
                                                            por outro lado, o correcto encaminhamento de todos



                                                            (4)  A média foi mais elevada na sequência das faltas sucessivas de uma criança à
                                                            consulta de ORL.
                                                            (5)  O que cumpre as directrizes da GRISI e do JCIH, que recomenda a intervenção
                                                            até aos 6 meses.

      102  REVISTA PORTUGUESA DE OTORRINOLARINGOLOGIA E CIRURGIA CÉRVICO-FACIAL
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