Page 80 - Revista SPORL - Vol 44. Nº3
P. 80

MAHOMED SIDIQUE DADÁ, MARIA VITÓRIA BRANCO NEVES, JOSÉ BRANCO NEVES, YUNUS ASSANE





         Posteriormente formou—se uma fístula retroau-   exame neurológico revelo somente sinois
       riculor. A doente teve alto um mês depois com     meningeos‘.
       bom estado geral, sem sinois neurológicos            No doente em esludo, o obcesso só foi detec-
       focais e com a fistula retroauricular em vios de  todo por tomografia computarizada, num eslo-
       encerramento.                                     dio avançado, quando a cépsu1o ió estuvo com-
                                                         pletamente formada e i6 mostrava sinois focais.
                                                            Este caso tem inieresse porque teve uma
       mscussio E CONCLUSÃO                              evolução silencioso poro abcesso cerebral.
                                                            No fuse activo do otite medio crónico supu-
         O abcesso cerebral otogénico implico o          rodo, o paciente fez tratamento com antibióti-
       acumulação de p05 no cérebro ou cerebelo          co que muito provavelmente 'erõo mascarado
       opôs encefalite, causado por microorganismos      os sintomas iniciais de evolução do infecção
       piogénicos que se originam do processo inflo-      intracraniana.
       motério no covidode do ouvido médio.                 A cultura do pós foi estéril provavelmente
         Trato-se de uma complicação otogénico sev-      pelo uso prévio de antibióticos.
       era, com elevado mortalidade.                        Tomando em consideração tudo o que onte
          Mesmo com os alternatives Ieropéuticos         riormente foi exposto, concluímos:
       modernos, o mortalidade continua o ser cho, (:       1 Que é necessário uma estreita colaboro-
       volta de 40703.                                         çõo interdisciplinar (ORL, neurocirurgião,
          A introdução de amibioteropio resultou nu-           pediatra e radiologista) para que se con-
       ma diminuiçõo considerável da mortalidade.              sigo um diagnóstico precoce e consequen—
          O risco onuol de obcesso ologénico esté              temente um bom prognós'ico nos cosos
       estimado em 1 por 1000 adultos com otite mé             de obcesso cerebrol°.
       dio crónico activo.                                  2 O diagnóstico de complicações intracra-
          A incidência do abcesso é significativo-             nionas dos omes requer um elevado grau
       meme alto em certos grupos, isto é, 1 por 200           de suspeita devido o sua escasso expres-
       entre os 20 e 40 anos de idodeª.                        sividade clínico e à sua infrequêncioª.
          O diagnóstico do abcesso cerebral pelos           3 O mêdico deverá: ter sempre em conta que
       métodos clínicos não é Íócil, nem sempre se             o ome médico crónico ogudizodo poderó
       guro, porque ele frequentemente esté acom-              complicor—se com uma infecção intracra-
       ponhodo por formas severos de meningite e o             niono.

                                                           Kuhn H o Dru! W Infracroniol 0009001: complications: ins-
                                                           pin of therapoufic progress still a serious pfoblom. Laryngo
                                                           dtinodologio 79(10): 609-15; 2000. (MEDLINE)
        l  Adams RD . Vida M: Principles oi Nwrology, Cap 32, Non  Nuk: V, Jammie l, Sbiicic G. Jonosovic l, Baboc S. Slodo-
           viral inhcfiom d lho norvous sysbm, Sib edition. Inbmafio-  io R: Brain obscenos 010009an odgin. Stp Arh Cold M.;
               nal Edition; 1993.                          130“ 1-12): 389-93, 2002 (MEDUNEI
        2  Almolo Cod“ R . Foubol Sono M: Inlrocroniol complications  Obono WG, Bfin RH, Plocono RC, Stood .IS, Enzmonn DR.
           d obgonic origin. A ropon of lhru casos. Ado Ominolo—  Exporimomol brain obcou development in lho chronicolly im
           ringol Esp Sl (5): 428-32, 2000.                mumppnsod host. Computerized tomographic ond neuro-
        3  DoricD,AnovicNoDordovicV:      'sondmochods           icol ootrolotiom. J. Nourowrg, 1986;65:382-391 In:
           of MMM of obgonic brain oboe“. Mod Progl SNLZ):  Sancho: ], Doll Bruno OH: Abcosos corobmlos piogonos.
           516, 1998. (MEDLINE)                            Rev. Ecod. Nourol 6: 25-36, 1997.
        4  Doric D, DordovicVoDurovic Bquuiddinicolcoum incn  \Mapdwoy B, Decoy R. Schold M. Brain Abscess. In: Scheid
           mm.ww52|11~12):50$7, 1999M“                     M, Whilloy R, Durock D, eds. Infection: of 'ho central nervous
        5  GrosAMJR,PopiZomomMLUbodoMononoLaforgo          mm, Now York: Raven Press, 1991: 457486 In: Sanchez
           Vuzquoz J: Canplicociorm innocence!“ do los dim. Ado  ], Doll Bruno OH: Abusos corobvolos piogonos. Rev. Ecuot.
           O'oninoloringologio Espanhola, 52: 15-20; 2001.  Nourol 6: 25-36, 1997.


              310
   75   76   77   78   79   80   81   82   83   84   85