Page 18 - Revista Portuguesa - SPORL - Vol 40. Nº3
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DR. HELDER SILVA, DR. ALEXANDRE MEXEDO, DRA. MANUELA FERREIRA, DR. GOMES PEREIRA, DR. ALMEIDA RIBEIRO





        causam edema e inflamação mucosa que podem        em cerca de 25% dos cosos com sinusite nosocomi-
        obstruir os ostios sinusois e consequentemente a suo  ol. Demonstra assim a imponência do sinusite noso
        drenagem (cerco de SOOml/dio). As secreções num   comiol como foco oculto de sepsis em doentes nos
        espaço fechado como cavidades sinusois contami-   UCI's, revelando 'ombém o sua relação com o pneu
        nodos pelos potogéneos hospitolores podem condi-  monio nosocomial assistido veniilotoriomente, pois
        cioncr sinusite e as suas eventuais complicações,  esta aparecia com maior incidência (95,5%) nos
        como seiom, o osteomielite, o abcesso cerebfol, (:  doentes com entuboçõo nosotraquecl que nos com
        meningite, (: trombose do seio cavernoso e o sepsis.  entubocdo orotroqueal (22,5%). Aindo mois, hovio
           Independente da presença de corpos estranhos   coincidéncia entre os organismos que causavam o
        nosois, 0 posição supino [4], a limitação dos movi-  sinusite e a pneumonia.
        mentos da cabeça não favorecem o dfenogem notu—
        ral sinusal favorecido pela gravidade, oumentondo
        lombém o conges'ão venoso da cabeça e secun-      MICROBIOLOGIA
        dariamente dos fossas nosois e ostios sinusais. Nos
        UCI's a pressão positiva no venIilocéo, (: incapaci—  A sinusite nos UCI's é causado a moior pone
        dode de tossir e espirrar e a ausência de fluxo   dos vezes por boci|os gram negotivos e por
        aéreo predispõe (: infecção.                      S.eureus e é Írequentemenie polimicrobiono. Os
                                                          bacilos gram negativos represemom cerco de 47%
                                                          dos organismos cultivados e destes a Raeruginosa
        CLÍNICA : DIAGNÓS'I'ICO                           0 mois frequente, tendo o S.eureus aparecido em
                                                          20% dos cosos e os fungos em 18%. Dos cultures
           Em doemes nos UCI's, por todo o envolvêncio    positives 20% erom polimicrobianos.
        orrós descrito, os sinais de infecção local estão o  Hoie sobese que estas frequências poderão
        maior pone dos vezes ousemes, e o primeiro moni-  variar de acordo com os agentes mois prevolen'es
        Íestoçõo pode ser o febre ºu (: sepsis de origem  em coda umo dos unidodes, voriondo também a
        indeterminodo.                                    sensibilidade antimicrobiano em coda umo deles. É
           A rinorreio purulemo pode estor ausente mé     umo dos razões que iustificom o esludo periódico
        cerco de 70% dos casos, e por outro lado, secreções  dos microorganismos em coda UCI.[5]
        troqueois de origem nos seios perinosois poderão
        desviar o diagnóstico para umo troqueobronquiie ou
        pneumonia.                                        'I'RA'I'AMENTO
           O diognós'ico pressupõe um elevado indice de
        suspeita, após ter excluido outros locais de provóvel  O primeiro e mais importante acto é remover, se
        loco primário de infecção. For-se-ó pelo Tomografia  possível, todo o entuboção nasal e se ainda
        Axial Computerizado (TAC) que nos dão imagens      necessário, seio poro olimemoçõo, seio para apoio
        de espessomemo mucoso, de opocificoçõo ou níveis   ventiloiório, pensar nºutros opções como seiom (:
        hidrooéreos nos covidodes sinusais sugestivos de   boca.
        sinusite.                                            A elevação da cabeça, o uso de descongeslio—
           Porque as imagens alterados nem sempre signifi-  nomes iópicos nasois são medidos que facilitam a
        com infecção, o colheita de material purulemo e o  drenagem sinusal.
         sua cultura deve ser realizado, depois de umo       O uso de ontibiéticos iniciolmen'e seró de umo
         limpeza e desinfecção adequado dos fossas nasais,  Íormo empírico e vai depender do padrão de sen-
        que nalgumas unidades i6 se encontro protocolado.  sibilidade do Hora predominante na unidode, do
         Rouby el al [3] encontraram 38% de culturas positi-  estado do doen'e, nomeodomente do imunossu—
         vos, e bocteriemio com os mesmos microorganismos  pressão e dos antibióticos que já Ienho recebido, e



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