Page 11 - Revista Portuguesa - SPORL - Vol 44. Nº2
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HERÉDIO SOUSA; R ITA FERREIRA; JOSÉ ROSA DE ALMEIDA
Por outro lado, o seu uso favorece ainda MATERIAL E MÉTODOS
certas reconstruções com menos tempos cirúr-
gicos, dispensando alguns retalhos à distância Recorreu-se a cinco doentes que apresen-
que eram considerados excessivamente acro- tavam carcinomas da pálpebra inferior, asa do
báticos e difíceis de suportar pelos doentes. nariz, junção nasolabial, lábio inferior e cavi-
Por estas razões, estes retalhos terão agora dade bucal.
indicações muito mais raras. Tecnicamente foi utilizado o retalho centra-
Pela qualidade dos tecidos disponíveis e pe- do no sulco nasogeniano com pedículo superi-
la sua proximidade, as áreas nasogenianas e or para reconstrução da pálpebra inferior, asa
naso-labiais são mais frequentemente usadas do nariz e o retalho centrado no sulco nasoge-
como zonas dadoras de retalhos para recons- niano com pedículo inferior foi utilizado para
trução de defeitos moderados do nariz, pálpe- reconstrução da junção nasolabial, cavidade
bras e lábios. bucal e do lábio inferior.
O retalho nasogeniano de pedículo superi-
or, também designado por retalho retrógrado, 1!:! Caso
tem a sua principal indicação na reconstrução Doente que apresentava carcinoma basoce-
dos defeitos do nariz, nomeadamente defeitos lular da totalidade da pálpebra inferior.
do dorso, da face lateral, região alar e ponta Figura A: esboço do retalho nasogeniano
do nariz, assim como defeitos das pálpebras. de pedículo superior e da exérese do
O retalho de pedículo inferior ou anterógra- tumor.
do é mais frequentemente aplicado nas recons- Figura B: Resultado no final da interven-
truções de defeitos do lábio superior, da colu- ção.
mela e dos pavimentos das fossas nasais e Para além do retalho nasogeniano, o
cavidade bucaP. revestimento interno da pálpebra foi
O objectivo deste artigo é enfatizar a quali- efectuado com enxerto fibromucoso co-
dade estética que se pode obter ao usar o reta- lhido no palato duro.
lho nasogeniano na reconstrução nasal, palpe- Figura C: Resultado com um mês de pós-
bral, labial e cavidade oral, analisando-se a -operatório.
sua adaptação aos defeitos, cumprindo os
princípios das unidades e subunidades estéti- 2!:! Caso
cas. Carcinoma basocelular na junção nasolabial.
A 8 c
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