Page 120 - Revista Portuguesa - SPORL - Vol 44. Nº1
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Rev.  Port. ORL. n.  o 44, n.  o  1, ................  , Março 2006







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              Autocrítica                                                         Tal  é  formalmente  correcto,
                                                                               mas é  pouco ético.
                 As  associações  médicas,  entre  nós,  tendem     Impõe-se  que  todos  nos  congreguemos  nas
              a  ser  "abandonadas"  nas  mãos  de  uma          associações que  nos  podem representar e  que
              Direcção  que,  apesar  de  eleita,  deveria  ser   as  prestigiemos.
              apenas a  face de um grupo empenhado  no seu          Quanto  mais  visível  e  respeitável  for  uma
              progresso  social  e científico.                   instituição, maior reconhecimento terão os seus
                 A  vontade  de  uma  sociedade  é,  efectiva-   membros e disso muito aproveitam  os próprios
              mente,  a  dos  seus  membros  reunidos  em  As-   e aqueles a  quem se  dedicam.
              sembleia.                                             É  do que  pudermos dar ao g rupo  e,  sobre-
                 À Direcção,  de  acordo  com  um  programa      tudo,  da  sua  qualidade,  que  advirá  a  força
              de  acção  que  propôs,  cabe  geri-la  e  imple-  com  que  iremos  encarar  o  futuro,  já  que  a
              mentar as decisões dos sócios.                     sociedade que nos exige competência também
                 Cada  vez  mais  se  torna  difícil  angariar   nos  quer fracos e  manipuláveis.
              novos sócios e evitar, junto dos que o são, uma       Que  de  tudo  isto  não  se  depreendam  elit-
              passividade  que tende  para a  desacreditação     ismos ou tendências colectivistas.
              colectiva.                                            Apenas  se  pretende dizer que a  inevitabili-
                 Que  autoridade  podem  impor  as  decisões     dade da Medicina nos conferiu uma inércia que
              de um  organismo,  baseadas  num  punhado de       nos tem  permitido "ir andando", se  bem  que a
              votos,  apesar da energia que neles  se  concen-   perder terreno perante a Ciência e a Sociedade.
              tra?                                                  É  com  este espírito  que a  APO,  e  em  parti-
                 É difícil  a  quem  dirige,  apenas  porque  os   cular esta Direcção, muito se tem esforçado por
              estatutos  lho  permitem,  impor-se  internamente,   envolver  o  maior  número  possível  de  profis-
              e  muito  mais  no  exterior,  quando  a  legitimi-  sionais  de  várias  Especialidades  e  com  quem
              dade de uma decisão representa, de facto,  um      gostaríamos de contar para o  futuro.
              escassíssimo  grupo  de  sócios  e  um  ainda
              menor grupo de membros da mesma especiali-
              dade.                                                                               José  R o mão


                                                                                                    105 --
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