Page 39 - Revista Portuguesa - SPORL - Vol 43. Nº4
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A. MARGARIDA AMORIM, S COSIA, J ROMÃO, P TOMÉ, P GONÇALVl'S, JC NEVES, S PAIVA,  C GAPO,
           V SOARES  J RIBEIRO  UMA GOUVl'IA  SOFIA JC  A. PArvA





           INTRODUÇÃO                                          MATERIAL E MÉTODOS

              Ao longo de décadas os cirurgiões otológi·          Troto-se  de  um  esrudo  retrospectivo  de  87
           cos têm utilizado uma grande variedade de ma·       processos  de doentes  submetidos  o  timpono-
           teriois poro o reconstruçõo do cadeia ossícufar.    plostio  tipa 11/  III  no Serviço de ORL dos  HUC
              O  efeito  co lumelor  foi  conseguido  inicial·   entre Janeiro de 1999 e  Dezembro de 2003.
           mente  com  materiais  inertes  (a-ço  inoxidóvel      Destes doentes excluímos  28 por nõo  terem
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           tonto/um,  polietileno,  teflon}  disponíveis  no   dados completos,  e  incluímos  os  restantes 59
           década de 50.                                      casos (n•  59).
              Com a  tomado de consciência  do  necessi·         As cirurgias foram realizadas por cirurgiões
           dade de biocompalibilidode, passou o utilizor-     especialistas de acordo com  técnicas descritas
           ·se  material  autólogo  rol  como  o  bigorna  ou   e estobel&e:idas  internocionolmenfe,
           osso  cortical  esculpido,  enfre  outros.  Já  no     Nos casos de ofite médio crónico colesteoto-
           década de 60-70  foram  aplicados  bigornas         motoso  a atitude cirúrgico  foi  sempre  o de er-
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           homólogos  no  reconstrução.                        radicar a  •doenço em  primeiro  plano  e  só
              A utilização de alguns destes materiais per-    depois proceder o  um  lempo  funcional.
           duro  a té  hoje  com  bons  resultados,  contudo,    Daí que, de acordo com o extensão do "do-
           alguns  factore-s  axtemos  levaram  tenôencio~    enço11,  função  tubar,  pneumatização da  mos·
           menfe à  suo  substituição por outro  género de     t6ide, idade e aderência do doente se  tenham
           materiais.                                          realizado dois tipos de técnicos:  aberto  (esva-
              No década  de 70 surgiram  materiais artifi-    ziamento  petromosfoideu  . EPM · com  ou  sem
           ciais,  biocompotíveis,  poro  reconwuç:õo  os--    tempo timponopláslico) ou fechada (antroolíco-
           sicular  sob  o  forma  de  PORPs  (substituição    tomio associado o  timponoplostio).
           ossicula r pareio!) e TORPs  (substiruiçõo ossicu-    Em  ambos  os  casos,  no  mesmo  tempo  ou
           lar total). Plostipore, um polietileno de a lto den·   mais tarde 112 o  18 meses), procedeu-se o  os-
           sidode;  Cerovitol,  uma  cerâmico  de  vidro;     siculoplostio dependendo de se ter conseguido
           Hidroxiopotile,  uma  cerâmica  de  fosfato  de    a  exérese  loto!  do  doença,  do  estado  do
           cálcio, de composição semelhante à  motriz mi·     mucoso  e/ou existência de inrecç:õo.
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           noral do ossol. J,   '   ,                            Nos sequelas de otite médio crónico simples
              Na década de 90 o  titânio foi aplicado no      foram  realizados limponoplostios tipa 11  ou III,
           fabrico  de próteses de baixo  peso. Este mater-   segundo Portmonn, por vio  transmeotol ou pos·
           ial  tem  a  vontogern de ser oltomente  biocom-    fero-superior com objectivo funcional de recons-
           patível.  não tó:xico,  não erosivo,  não mognéti·   truir  o  efeito  tímpono-columelarJ  sendo  por
           co e quimicam.ente estável.                        vezes necess6rio o  realização de ontrooticoto·
              As próteses de titânio de fácil aplicação téc.   mio paro melhor arejamento do ovvido médio.
           nico  cursam  com  toxos  de sucesso  elevados e      No maioria  dos  casos  de antroaticotomio
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           complicações procticamente inexistentes A  •       optou-se  por reconstruir a  parede  posterior do
              O objectivo deste trabalho é o de rever os tim-  ático com cartilagem  do trogus ou  do concha
           panoplastios  lipo  11  e  III  (dossificoçõo  de  Port·   autólogas ':'t·"·'~.
           mann)  realizadas  no  serviço  de  O to((inolorin·   O  tipa de material do prótese foi escolhido
           gologio dos Hospitais do Universidade de Coim-     de  acordo  com  o  decisõo  do cirurgião  e  o
           bra entre 1999-2003, comparando os resultados      disponibilidade existente  na solo operatório.
           dos  diferentes  lipas  de  próteses  utilizados      Durante  este  período  de  tempo  foram  uti-
           durante  este  período de tempo,  entre  si e  com   lizcdos próteses de  hidroxiopotíte, titânio, ho-
           dados obtidos no literoi\Jro internacional.        moenxerlos e outoenxertos.

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