Page 80 - Revista Portuguesa - SPORL - Vol 39. Nº2
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GUSTAVO LOPES. PAUlA AZEVEDO, ANIÓNIO SADMENYO.
         M. RODRIGUES E RODRIGUES, A. MAIA GOMES




         a infecção cirúrgica ocorrc quase sempre por       quc a administração pré c intra-opcrau'ma do
         inoculação intraoperaloria (e geralmente por       fármaco. No cntamo. existem situações cm que
         micnmrganismos da flora endógena do doente).       é habitual manter a profilaxia dummc 2-1 horas:
         com diminuição drástica do risco após o               - cirurgia colorcclal c do apêndice;
         encerramento da ferida.                               - colocação de próteses:
            Duas máximas resultam de tudo o que atrás          - cirurgia cardíaca aberta;

         foi descrito l8]:                                     - neurocirurgia.
            l — a necessidade de mamcr niveis leci-
         dularcs adequados do antibiótico durante lodo         2.5. Microorganismos causal:
         o acto cirúrgico.
                                                               Na consideração dos microorganismos
            Para que isto ocorra podc ser necessário
                                                            potencialmente causadorcs dc infecção cirúr-
         repetir a dose do antibiótico durantc a cirurgia.
                                                            gica surgem em dcstaquc us da flora endógena
         É frcqucmc em cirurgias longas ou quando há
                                                            do docmc. Fontes cxogcnas (raras) de infccçâo
         hemorragias maciças no decurso da interven-
                                                            incluem a cquipc cirúrgica. a contaminnqdo do
         ção. Deverá ser utilizada uma dosc igual ou
                                                            ambiente da sala de operações. c todos os
         superior a uma dosc terapêutica do fármaco.
                                                            instrumentos c materiais trazidos para o campo
         dcvcndo o intervalo entre as doses ser igual ao
                                                            estéril duranlc a cirurgia I5, 5. l2]
         dobro da scmivida do fármacº. Assim. se se
                                                                l-Zm cirurgia limpa c alguns tipos de cirurgia
         utilimr um antibiótico com uma scmividn dc l
                                                            limpwcomaminada (cm quc sc cunsidcrar
         hora. a rcpicagcm deverá ser fcila duas horas
                                                            scmprc us Staph}'Im‘oa'us aureus c epider-
         após o inicio da primeira administraçãu. 'I'am-
                                                            midis. N;: rcslamc cirurgia limpa contaminada
         bém (' crucial o momento da administração da
                                                            devem ser considerados os anuáróhins c us
         primciru dosc: idealmente c cnmu norma geral.
                                                            bacilos cnlcricos grnm- negativos.
         rccomcnda-sc quc o antibiótico seja sempre
                                                               Dc referência imporlamc (' o facu) dc nim
         administrado 15-50 minutos anlcs do comcgo
                                                            ser necessário considerar lodos (» agentes
         da intervenção cirúrgica. o quc sc conscguc
                                                            pussivcis. As bactérias sáo pouco numcrosas
         com facilidade se se estabelecer como regra a
                                                            mas podem proliferar. lilas cncontrum nu ferida
         administração nu indução anestésica. [€ impor-
                                                            um-ruu'wía um mcio dc cultura fammvcl (hema-
         tante frisar que a primeira dose deverá scr dada
                                                            toma. isquemia. modificação do polcncinl
         antes dn incisãu cirúrgica scr cxccutadu.
                                                            rcdox). c o próprio aclu cin'lrgico induz ano-
            Z - A inutilidade dc continuar. na grande
                                                            mulias lransiu'wias das defesas inmnimrias l‘l.
         maioria das situações. a profilaxia no período
                                                            Assim. o objectivo du :mlihioprol‘ilaxiu c impu-
         pós—upcrnlório.
                                                            dir a prolil‘craqao bacteriana c rcduzir drasti-
            ()s dados existentes não permitem com-
                                                            camente ;! quzlnlidadc dc bacterias para um
         provar quc a manutenção dn profilaxia duranlc
                                                            númcrn nbaixo do qual :13 defesas do organismo
         as primeiras 2—6 horas após :| cirurgia (ou por
                                                            sc encarregam de eliminar os restantes
         um período maior) forneça mclhorcs resultados
                                                            m icn x )rgzmisnu )s.
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