Page 40 - Revista Portuguesa - SPORL - Vol 61. Nº4
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Apenas 17% dos doentes não teve a cirurgia         Tabela 2
          como tratamento primário, isto porque 1            Estadiamento dos restantes sarcomas
          doente recusou cirurgia, 5% foram submetidos             T              N              M
          a quimio e radioterapia e 12% foram submetidos
          a radioterapia, sendo que 29% destes fizeram           1 (20%)      N0 (71,4%)      M0 (90%)
          este tratamento com intuito paliativo. Todos          2 (40%)       N+ (28,6%)      M+ (10%)
          os sarcomas não diferenciados e 66% dos               3 (30%)
          sarcomas    fusocelulares   foram    tratados          4 (10%)
          primariamente com radioterapia. Todos os
          doentes   que    realizaram   exclusivamente      O rabdomiossarcoma foi o único subtipo
          RT com intuito curativo morreram. 8% dos          histopatológico que  realizou quimioterapia
          doentes fizeram quimioterapia neoadjuvante        adjuvante.
          (66%  dos casos  de  sarcomas  sinoviais  e 21%   28%    dos   doentes   apresentou    recidiva/
          dos casos de rabdomiossarcomas).                  persistência loco-regional com um período
          Os  procedimentos  cirúrgicos  mais  realizados   médio de 5 meses. 66% dos sarcomas
          foram: biópsia excisional (22%), parotidectomia   pleomórficos, 50% dos sarcomas fusocelulares,
          total, microcirurgia da laringe com debulking     50% dos tumores sinonasais e 38% dos
          da lesão (procedimento realizado  só em           condrossarcomas     apresentaram     recidiva/
          condrossarcomas) (16%), laringectomia parcial     persistência. Nos condrossarcomas, a cirurgia
          (14%), maxilectomia (6%), petrosectomia lateral   foi o tratamento escolhido nas recidivas. Nos
          (2%) e faringetomia parcial (2%). Em 8% dos       restantes casos, 40% realizou quimioterapia,
          casos foi realizado esvaziamento ganglionar       40% radioterapia e 20% (n=1-sinonasal) foi
          cervical unilateral – 50% casos de sarcoma        tratado com fotões fora do serviço.
          sinovial, 25% fusoceular e 25% de subtipo não     10%   dos   casos   apresentou    metástases
          especificado.  O  estudo  histopatológico  após   à   distância,  sendo    que   destes   todos
          cirurgia evidenciou margens cirúrgicas com        apresentaram metastização pulmonar. Um
          tumor em 12% dos casos e excisão justa-lesional   caso apresentou ainda metástases hepáticas
          em 4% dos casos. 17% fez RT adjuvante, 2% fez     e retroperitoneais.  O tumor mais associado
          QT e RT adjuvantes e 2% fez quimioterapia         a recidiva foi o fusocelular (66% dos casos),
          adjuvante.                                        seguido do rabdomiossarcoma (7%).
                                                            A taxa de sobrevida livre de doença foi de 91,3%
                                                            e 83,05% ao 1º e 5º ano respetivamente. No
           Gráfico 2                                        entanto, quando calculadas especificamente
           Estadiamento dos condrossarcomas
                                                            para cada tumor,  o sarcoma  fusocelular,
                                                            rabdomiossarcoma  e  pleomórfico  foram  os
                                                            que tiveram piores resultados. O sarcoma
                                                            fusocelular  apresentou    67%    e   33%,   o
                                                            rabdomiossarcoma apresentou 86% e 71% e o
                                                            sarcoma  pleomórfico  apresentou  67%  e  67%
                                                            de  sobrevida  livre  de  doença  ao  1º e  5º  anos
                                                            respetivamente. O condrossarcoma foi o que
                                                            teve melhores taxas – 100% no 1º e 5º anos.
                                                            Especificamente  calculada  na  população
                                                            pediátrica, a taxa de sobrevida livre de doença
                                                            foi de 100% e 81% ao 1º e 5º ano.
                                                            A taxa sobrevida global foi de 91,3% e 79,66%
                                                            ao 1º e 5º ano respetivamente.





     378  Revista Portuguesa de Otorrinolaringologia - Cirurgia de Cabeça e Pescoço
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