Page 19 - Revista SPORL - Vol 59. Nº2
P. 19
TABELA 5
Complicações no período pós-operatório imediato
Abordagem cirúrgica
Retroauricular Fossa Infratemporal
Par Complicações Transcanalar
craniano* (1) Exérese MTF MTF + TPA MTA PST Modificada Tipo A
(1) (1) (3) (2) (2) (9) (4)
Hemiparésia facial (escala de House-Brackmann)
VII Grau II-III - 1 3 1
Grau IV-VI 1 3 3
Surdez
Condução/mista 1 1 N.A. N.A. N.A.
VIII
Neuro-sensorial 1 1 ARTIGO ORIGINAL ORIGINAL ARTICLE
Défice vestibular agudo 1 1 2
Sinal da cortina 1 3
IX-X
Parésia de corda vocal 3 3
XI Ptose do ombro 1 2
Desvio na protusão
XII 1 2
da língua
Estenose inflamatória
do CAE 1
-
Hematoma
Retroauricular 1
Esternocleidomastoideu 1
Fístula de líquor 1
Outros
Otorreia recorrente 1
Ataxia 1
Epistaxe 1
Queratite de exposição 1
Sobreinfeção do local 1
dador de gordura
Legenda:
CAE – canal auditivo externo; MTA – mastoidectomia por técnica aberta; MTF – mastoidectomia por técnica fechada; N.A. – não aplicável;
PST – petrosectomia subtotal; TPA – timpanotomia posterior alargada; VJI – veia jugular interna;
*défices de novo ou agravamento de défices pré-operatórios.
adição à timpanotomia posterior, uma brocagem alargada de cuidados intensivos. Em todos os casos, o exame
inferiormente, permitindo acesso ao hipotímpano. anatomopatológico da peça cirúrgica confirmou o
A petrosectomia subtotal (PST) e as vias da fossa diagnóstico de PG.
infratemporal (FIT) implicam sempre o encerramento do
CAE em fundo de saco, selagem da trompa de Eustáquio e Complicações e reabilitação
obliteração do ouvido médio no mesmo tempo cirúrgico. No pós-operatório imediato, 12 doentes (52,17%)
A diferença entre a via da FIT modificada e a tipo A é a apresentaram graus variáveis de parésia facial ipsilateral:
não transposição do NF na primeira. grau II-III na escala de House-Brackmann em 7 casos
Dos 24 casos propostos para cirurgia, em 20 (86,96%) foi (30,43%) e grau IV-VI em 5 (21,17%). Sete destes 12 casos
realizada uma exérese macroscopicamente completa da evoluíram para uma mimica facial normal nos 6 meses
lesão e, nos restantes (13,04%), uma exérese subtotal. de pós-operatório subsequentes, sendo que apenas 5
Num caso, por envolvimento dural extenso (C2Di2), (21,75%) mantiveram algum grau de parésia - grau II-
foi planeada uma resseção faseada em dois tempos III em 3 casos (13,03%) e grau IV-VI em 2 (8,70%). Os
cirúrgicos. Todos os casos abordados por uma via da vários graus de lesão do NF após tratamento cirúrgico
FIT realizaram o período pós-operatório numa unidade são apresentados na Tabela 6. O único caso de parésia
VOL 59 . Nº2 . JUNHO 2021 97