Page 12 - Revista Portuguesa - SPORL - Vol 60. Nº4
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Discussão um importante desafio clínico. Importa
A população idosa representa o segmento também referir o surgimento da OMC como
com maior crescimento da sociedade . segundo diagnóstico mais comum. Embora
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Apesar do reconhecimento dos sintomas classicamente ligada à Pediatria, a prevalência
otoneurológicos como tendo marcado impacto de OMC, em adultos no Reino Unido, é
negativo na qualidade de vida dos idosos, de 1.5% e 2.6% para doença ativa e inativa,
não é clara a magnitude destes sintomas respectivamente , sendo os dados relativos
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junto da população idosa . Assim, o principal à população idosa escassos. O diagnóstico
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objetivo do presente estudo foi perceber a de OMC em doentes idosos é desafiante,
prevalência dos sintomas otoneurológicos particularmente no que toca à abordagem
nos idosos referenciados à consulta de ORL terapêutica, uma vez que estes doentes
e os diagnósticos associados aos mesmos. O apresentam, muitas vezes, co-morbilidades
grupo dos sintomas otoneurológicos foi o mais que condicionam risco cirúrgico superior .
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reportado como motivo para a referenciação, No entanto, e apesar de os limiares auditivos
algo verificado em ambos os anos de de condução decrescerem gradualmente
recolha de dados, solidificando os sintomas com a idade, a intervenção cirúrgica pode
otoneurológicos como a principal queixa ORL melhorar significativamente a audição,
nos doentes idosos. A hipoacusia foi o sintoma associando-se a risco mínimo de lesão do
mais referido, sendo isto verificado no grupo ouvido médio . Desta forma, apesar da
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de sintomas otoneurológicos e entre todos os decisão de intervenção cirúrgica ser mais
doentes. Entre os sentidos comprometidos complexa, esta opção terapêutica não deve
pela idade, a audição é o mais afetado , deixar de ser considerada em casos de OMC
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sendo a hipoacusia a quinta alteração crónica em idosos. A sintomatologia de vertigem/
mais frequente nos idosos portugueses , tontura/desequilíbrio foi a terceira mais
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corroborando-se, com este estudo, a reportada, sendo mais comum em doentes
associação entre hipoacusia e a idade, sendo do sexo feminino , associação corroborada
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a presbiacusia o diagnóstico mais frequente pelo presente estudo. A prevalência destes
nos doentes que reportaram hipoacusia (n= sintomas aumenta com a idade, associando-
359). De acordo com a Organização Mundial se a risco de queda e incapacidade , com cerca
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de Saúde, a presbiacusia é a segunda doença de 73% dos idosos portugueses a reportar
mais comum na população geriátrica e pelo menos uma queda . No idoso, a patologia
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a terceira doença mais prevalente a nível cardiovascular representa a principal causa
mundial . Apesar da capacidade cognitiva de tontura, sendo as alterações vestibulares
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diminuir, de forma independente, com a idade, periféricas menos preponderantes .
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a presbiacusia agrava este declínio, sendo fator Efetivamente, no presente estudo, quando
de risco para o desenvolvimento de demência, observada isoladamente, ou em associação a
devendo-se avaliar cognitiva-mente os acufeno, o mais frequente foi a objetivação da
idosos diagnosticados com presbiacusia . A inexistência de alterações ao exame objetivo
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presbiacusia condiciona, ainda, dificuldades otoneurológico/ORL ou em MCDT sugestivas
na comunicação e isolamento social, sendo de patologia vestibular periférica, sendo
fator de risco para o desenvolvimento de de notar que os doentes foram observados
depressão nos idosos . Apesar deste impacto em consulta de otorrinolaringologia geral
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negativo, apenas 20-25% dos indivíduos com com posterior referenciação, se necessário,
presbiacusia que beneficiaria de reabilitação a consulta de otoneurologia. Em todos os
auditiva se encontra sob a mesma , muito doentes, foi realizada otoscopia, acumetria,
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em parte pelo estigma associado à utilização pesquisa de nistagmo com óculos de
de próteses auditivas . Fomentar a adesão Frenzel, Head Impulse Test, Head Shake
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à reabilitação auditiva permanece então Test, avaliação da marcha, teste de Romberg
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